29/04/2011

A importância das Bibliotecas!

 fonte: http://extralibris.org/wp-content/uploads/2009/10/bibliotecarios-obsoletos.pdf


33 RAZÕES POR QUE AS BIBLIOTECAS E BIBLIOTECÁRIOS AINDA SE MANTÊM EXTREMAMENTE IMPORTANTES
 

Will Sherman

Muitos acreditam que a era digital irá acabar com as estantes públicas e extinguir permanentemente a era centenária das bibliotecas. A desconcertante proeza e progresso da tecnologia fez até um bibliotecário prever a queda da instituição.

Ele pode estar certo.

Porém, se estiver, então a perda será irreparável. Conforme a relevância das bibliotecas entra em questão, elas encaram uma crise existencial em uma época onde elas talvez sejam mais necessárias. Apesar de sua percebida obsolescência em uma era digital, tanto bibliotecas – quanto bibliotecários – são insubstituíveis por várias razões. 33, de fato. Nós as listamos aqui:

1. Nem tudo está disponível na Internet

O incrível volume de informação útil na Web tem, para alguns, engendrado a falsa premissa de que tudo pode ser encontrado online. Isso simplesmente não é verdade. O Google Book Search reconhece isso. Por isso eles tomaram a tarefa monolítica de digitalizar milhões de livros das maiores bibliotecas do mundo. No entanto, mesmo que o Google consiga com sucesso digitalizar toda a soma dos conhecimentos humanos ela é diferente da soma dos autores e editores contemporâneos que não permitem que suas obras sejam gratuitamente acessíveis na Internet. Já é proibido por lei disponibilizar livremente no Google Book Search os livros com direitos autorais vigentes; apenas partes. E levará muito tempo antes que o bestseller recomendado pelo New York Times seja disponibilizado gratuitamente na Internet: as leis de direitos autorais atuais protegem as obras por 70 anos após a morte do autor. Mesmo algumas obras sob domínio público sofrem algumas restrições. Se uma cópia sem copyright incluir prefácio, introdução ou apêndices que ainda estejam sob copyright, a obra toda fica sob o status de copyright.

2. Bibliotecas digitais não são a Internet

Um entendimento fundamental do que a Internet é – e do que ela não é – pode ajudar mais claramente a definir o que uma biblioteca é e por que bibliotecas ainda são extremamente importantes. A Elmer E. Rasmuson Library da Universidade do Alaska em Fairbanks deixou clara a diferença entre “Coleções Online” e “Fontes Web”. A Internet, seu site explica, é uma massa larga de materiais não publicados produzidos por organizações, empresas, indivíduos, projetos experimentais, webmasters, etc. “Coleções Online”, todavia, são diferentes. São tipicamente oferecidas por bibliotecas e incluem materiais que foram publicados por meio de rigoroso processo editorial. Trabalhos selecionados para inclusão em um catálogo de bibliotecas passaram pelo veto de uma equipe qualificada. Os tipos de materiais incluem livros, periódicos, documentos, jornais, revistas e relatórios que foram digitalizados, armazenados e indexados em uma base de dados de acesso limitado. Mesmo que alguém use a Internet ou um motor de busca para encontrar estas bases de dados, o acesso mais avançado requer registro. Você ainda está online, mas não vai muito longe na Internet. Você está em uma biblioteca.

3. A internet não é livre

Embora o Projeto Gutenberg alardeie 20.000 e-books para download gratuito em sua homepage, somos imediatamente lembrados que esses livros são acessíveis apenas porque eles não estão mais sob direitos autorais. E os livros são apenas a ponta do iceberg. Numerosos trabalhos de pesquisa acadêmica, revistas e outros materiais importantes são praticamente inacessíveis para alguém tentar obtê-los de graça na web. Em vez disso, o acesso é restrito a assinaturas caras, que são normalmente pagas por bibliotecas. Visitar a biblioteca, pessoalmente, ou acessar a biblioteca por meio de sua conta de membro, é, portanto, a única maneira de se obter acesso a recursos documentais essenciais.

4. A internet complementa as bibliotecas, mas não as substitui

Para orientar as pessoas a achar informação, a Universidade de Long Island fornece uma explicação útil de quais tipos de recursos podem ser acessados por meio da biblioteca. Estes incluem notícias, periódicos, livros e outros recursos. Curiosamente, a World Wide Web está entre estes recursos como mais um meio para encontrar informações. Mas não é uma substituta. A página diferencia e explica as vantagens das bibliotecas em relação à busca pela internet. Cita os benefícios da internet, incluindo “amostras de opinião pública”, uma coletânea de “fatos rápidos” e “uma ampla gama de idéias”. De forma geral, o ponto é bem correto: bibliotecas são instituições completamente diferentes da web. Sob essa ótica, falar sobre uma substituindo a outra começa a parecer absurdo.

5. Bibliotecas escolares e bibliotecários melhoram as pontuações médias dos estudantes em testes

Um estudo de 2005 das Bibliotecas Escolares do Illinois mostra que os estudantes que visitam frequentemente bibliotecas escolares com acervos bem abastecidos e com boa equipe terminam com pontuações mais altas em testes ACT e um melhor desempenho em exames de leitura e escrita.

Interessantemente, o estudo aponta que a tecnologia de acesso digital desempenha um papel importante nos resultados dos testes, observando que “escolas com computadores que se conectam aos catálogos de bibliotecas e bases de dados obtêm uma média de 6,2% de melhora nas pontuações de testes ACT”.

6.Digitalização não significa destruição

A avidez com que as bibliotecas investiram na parceria com o Google Book Search não é o trabalho de uma mentalidade impulsiva. Bibliotecas incluindo a Universidade de Oxford, da Universidade de Michigan, Harvard, da Universidade Complutense de Madri, a Biblioteca Pública de Nova York, a Universidade do Texas, da Universidade da Califórnia e muitos outros se uniram ao projeto do Google, em vez de evitá-lo. Na abertura de seus acervos, essas bibliotecas terão todos os seus livros eletronicamente disponíveis para seus usuários. Embora se possa esperar que livros sem direitos autorais, que em muitas ocasiões são totalmente disponíveis ao público, os materiais protegidos por direitos autorais – incluindo assinaturas de periódicos – ainda serão mantidos sob acesso restrito. A razão para isto é, em parte, porque as cláusulas indenizatórias do Google Book Search não chegam muito longe; o Google Book Search não isenta as bibliotecas de qualquer responsabilidade que possa incorrer caso elas ultrapassem os limites do direito autoral. E há uma causa real para esta cautela – o Google Book Search está enfrentando atualmente dois processos importantes de autores e editores.

7. Na verdade, digitalização significa sobrevivência

Daniel Greenstein da Universidade da Califórnia cita uma razão prática para a digitalização de livros: em formato eletrônico os livros não estão vulneráveis aos desastres naturais ou à “pulverização” causada pelo tempo. Ele ainda cita a destruição de bibliotecas pelo furacão Katrina como um importante lembrete da vulnerabilidade da “memória cultural”.

8. A digitalização levará algum tempo. Um bom tempo.

Enquanto a digitalização desenvolveu um ar de movimento incessante rapidamente acabando com as paredes das bibliotecas e expondo tesouros intocados, ela está bastante longe de alcançar seu objetivo. Com um número estimado de 100 milhões de livros impressos desde a invenção da imprensa, o processo dificilmente fez progresso. Digitalizar é caro e complicado, e até então o milhão de livros digitalizados do Google é apenas uma gota no oceano. “A maior parte da informação”, diz Jens Redmer, o diretor europeu do Google Book Search, “está fora da internet”.

Mas quanto tempo levará para indexar o conhecimento do mundo todo? Em 2002, Larry Page disse que o Google poderia digitalizar aproximadamente sete milhões de livros em seis anos. Desde 2004 o Google Book Search tem lidado com uma série de encaixes e começos. Em 2007, eles conseguiram indexar um milhão de livros. Então, numa média de aproximadamente meio milhão de livros por ano, digitalizar 100 milhões de livros levaria cerca de 200 anos. Assumindo que o Google saberia lidar com os desafios logísticos e legais e finalizasse 7 milhões de livros a cada 6 anos, o ano mais aproximado do término ainda seria 2092. No meio tempo, uma base usuária mais ampla se apoiará em bibliotecas, ou coleções online do que já foi digitalizado. Jogar fora bibliotecas físicas antes da digitalização ser completa deixaria os clientes da biblioteca no limbo.

9. Bibliotecas não são só livros

A tecnologia está se integrando aos sistemas de bibliotecas, e não os intimidando. Levando esse assunto ao seu extremo lógico (embora isso seja pouco provável de não acontecer), nós poderíamos eventualmente ver prateleiras inteiras de bibliotecas relegadas a bases de dados, e ter livros apenas acessíveis digitalmente. Então como isso deixa os bibliotecários? Eles estão sendo dominados pela tecnologia, a inimiga sem fim do trabalho? Não dessa vez. Na verdade, a tecnologia está revelando que o verdadeiro trabalho dos bibliotecários não é apenas colocar os livros na estante. Ao invés disso, seu trabalho envolve guiar e educar visitantes em como encontrar informação, independente se estiver em livros ou em formato digital. Tecnologia provê melhor acesso a informação, mas é uma ferramenta mais complexa, geralmente requerendo know-how especializado. Essa é uma especialidade do bibliotecário, uma vez que eles se dedicam a aprender as técnicas mais avançadas para ajudar visitantes a acessarem a informação efetivamente. Isso está em sua descrição de trabalho.

10. Dispositivos móveis não são o fim dos livros ou das bibliotecas

Previsões sobre o fim do livro são uma resposta previsível para a digitalização e outras tecnologias, e a bola de cristal de alguns que são pró-papel parecem também revelar um concomitante desmoronamento da civilização. Uma das últimas ameaças obscuras ao papel (e à sociedade) parece ser o plano do Google de tornar e-books disponíveis para download para dispositivos móveis. A versão iPod do romance chegou. O Google já escaneou um milhão de livros. Usuários dos trens japoneses estão lendo bestsellers inteiros em seus celulares. O fim está próximo. Mas se o e-book móvel é um hit e um fenômeno duradouro, é improvável que eles serão uma transição para todos os tipos de leitores. O rádio continuou a viver apesar da TV, o cinema ainda tem alta demanda apesar do vídeo, as pessoas ainda falam no telefone apesar do e-mail. Pessoas que gostam de livros de papel continuarão a ler livros de papel mesmo se downloads móveis induzir a maioria dos editores a liberarem e-books ao invés de papel. Afinal, uma imensa reserva de livros impressos ainda será acessível aos leitores. Aonde quer que as bibliotecas se enquadrem ao supor que e-books móveis realmente substituam os livros impressos, a presença da biblioteca digital continuará a ser extremamente importante, seja baseada em papel ou eletronicamente.

11. O hype de repente é só hype

Os livros impressos não estão exatamente condenados, mesmo anos depois da invenção do e-book. Na verdade, ao se contrastar os méritos do e-book com os de um livro impresso, poder-se-ia argumentar que os livros em papel são de fato um produto melhor. Seria prematuro apagar as bibliotecas, os seus livros grátis em função das previsões sobre a eminente proeminência dos e-books. A sociedade poderia perder um valioso acesso a um meio confiável – mesmo se os e-books vingarem.

12. O atendimento das bibliotecas não está fracassando – é apenas mais virtual agora

Com aproximadamente 50,000 visitantes por ano, a visitação aos Arquivos da História Americana (American History Archives) na Sociedade Histórica de Wisconsin (Wisconsin Historical Society) caiu 40% desde 1987. Essa estatística, quando colocada sozinha, pode se provar suficiente para qualquer pessoa que casualmente prevê o colapso das bibliotecas. Mas é apenas metade da história. Os arquivos também foram digitalizados e disponibilizados online. Todo ano a biblioteca recebe 85,000 visitantes únicos online. O número de escolas online oferecendo graduações online está constantemente aumentando também. Várias dessas escolas estão melhorando também suas bibliotecas virtuais.

13. Como as empresas, as bibliotecas digitais ainda precisam de recursos humanos

Mesmo as empresas online contam com suporte de qualidade para as melhores vendas e satisfação do cliente. A disponibilidade de e-mail, telefone e chat ao vivo melhoram a experiência de pessoas que procuram produtos e serviços. O mesmo vale para as pessoas que procuram informações. Em troca do pagamento de impostos ou taxas da biblioteca embutidos nas mensalidades da universidade, os membros da biblioteca devem esperar um confiável “suporte ao cliente” em troca de seus pagamentos. Os bibliotecários são de fato muito importantes no atendimento aos seus visitantes. E ainda hoje não há nenhum substituto equivalente para a biblioteca, que fornece acesso a montanhas de conteúdo que não está disponível através de motores de busca ou mesmo o Google Books Search, que só oferece trechos e links para lojas onde os livros podem ser comprados.

14. Nós simplesmente não podemos contar com bibliotecas físicas desaparecendo

Bibliotecas físicas nunca irão desaparecer. Mesmo que o Google Book Search pegue o ritmo e as bibliotecas financiem seus próprios projetos de digitalização, o futuro do espaço físico das bibliotecas continua a ser necessário.

Isso ocorre porque muitas bibliotecas ainda não estão digitalizando e muitas nunca poderão digitalizar. Há uma boa razão: este processo é caro. Numa estimativa baixa de 10 dólares por livro (e provavelmente muito mais para obras mais antigas, mais delicadas), digitalizar uma biblioteca inteira de, digamos, mais de 10.000 livros – bem, é bastante caro. E para muitos usuários da biblioteca, eles ainda dependem da tradicional abordagem eficaz para localizar informações com computadores no local ou bibliotecários disponíveis para ajudá-los.

15. O Google Book Search “não funciona

Se a indexação ao estilo do Google para os livros de todo o mundo espelhasse o bem conhecido serviço de busca da empresa, isto valeria como um forte argumento contra a manutenção das bibliotecas. Afinal, o Google tem uma grande tecnologia para pesquisar na web, certo? Nós não poderíamos simplesmente ignorar as bibliotecas?

Mas os especialistas lembram que o Google Book Search está longe de garantir tais facilidades como é experienciado com o serviço de busca na internet da companhia. Os elevados ideais da informação-para-todos são impedidos não só por conta das ações judiciais, mas pelo próprio desejo do Google de ser o poderoso chefão. Eles não estão prestes a entregar o seu índice para os outros concorrentes, como a Microsoft, Yahoo, Amazon e outros projetos independentes de digitalização. O usuário perde por não ser capaz de acessar tudo através do seu serviço preferido de busca por livros digitalizados.

Ao não conceder os arquivos digitais aos seus concorrentes, as empresas que assumem esta abordagem competitiva e corporativa em relação ao processo de digitalização, arriscam a sumirem do mapa, para bem longe da filosofia da biblioteca pública. Enquanto isso, as bibliotecas devem permanecer intactas e disponíveis ao público em geral.

16. Bibliotecas físicas podem se adaptar às mudanças culturais

A Comissão Nacional de Bibliotecas e Serviços de Informação dos Estados Unidos (NCLIS) é uma entre os muitos grupos que estudam e debatem a função das bibliotecas físicas na era digital. Em um simpósio da NCLIS, no ano de 2006, foi criado um relatório que clama por uma redefinição do que é o espaço físico da biblioteca. Menos como “depósitos”, foi uma das conclusões, e mais como uma junção de trabalho, aprendizado, ensino e novos tipos de programas.

17. As bibliotecas físicas estão se adaptando à mudança cultural

Qualquer pessoa subscrevendo as teorias do pensador do século 20 Marshal McLuhan poderia dizer que, junto com as mudanças no padrão de vida provocadas pelas tecnologias eletrônicas, o conhecimento que já foi encerrado em livros e compartimentado em áreas temáticas, está agora a ser livremente divulgado em uma explosão de democracia, tornando obsoleto a austeridade do solitário, ecoando os corredores da Biblioteca. Curiosamente McLuhan, que morreu em 1980, ainda disse certa vez: “O futuro do livro é a sinopse”.

Na verdade, esta mudança cultural antecede o uso generalizado da internet, bem como o Google Book Search. Por décadas a sociedade vem buscando uma compreensão mais holística do mundo, e maior acesso à informação. A busca por novos métodos de organização das estruturas educativas (incluindo as bibliotecas) tem sido ativa. E apesar de as bibliotecas não estarem em muitas das listas pessoais de “10 Mais Inovadoras”, elas têm se adaptado.

A diretora de bibliotecas da Washington State University, Virginia Steel, por exemplo, é uma defensora de maximizar a natureza social e interativa do espaço físico da biblioteca. Grupos de estudo, exposições de arte, lanchonetes e cafés – falar, e não sussurrar; esta é a nova biblioteca. Não é obsoleta, é apenas mudanças.

18. Eliminar bibliotecas representaria um corte no processo de evolução cultural

A biblioteca que estamos mais familiarizados hoje – uma instituição pública ou acadêmica que empresta livros gratuitamente – é um produto da democratização do conhecimento. Anteriormente, os livros nem sempre eram tão acessíveis, e as bibliotecas privadas ou os clubes do livro, eram um privilégio dos ricos. Isso começou a mudar durante o século XVII, com mais bibliotecas públicas surgindo e a invenção do sistema de Classificação Decimal de Dewey para padronizar os catálogos e índices.

As bibliotecas começaram a florescer sob o olhar do presidente Franklin Roosevelt, em parte como uma ferramenta para diferenciar os Estados Unidos dos nazistas queimadores de livros. Este aumento do interesse na construção de uma sociedade mais perfeita e liberal culminou em 1956 com o Ato dos Serviços de Bibliotecas, que introduziu o financiamento federal pela primeira vez. Hoje, existem dezenas de milhares de bibliotecas públicas nos Estados Unidos.

19. A internet não é “faça você mesmo”

É possível dizer que a internet presenteou a sociedade com um senso vertiginoso de independência. Acesso a informação do mundo todo – e máquinas de buscas gratuitas para poder pesquisar – traz a tona a questão da necessidade de bibliotecários, moderadores e outros mediadores; a rede, como parece, é um meio “faça você mesmo”.

Mas uma rápida olhada nas forças motrizes da internet de hoje em dia nos mostra algo diferente. A internet é intensamente social e interativa, e criou comunidades de usuários que geralmente são bem organizadas e integradas uma vez que são grandes. A internet está servindo como ferramenta para que humanos preencham seus instintos naturais de criação de comunidades – compartilhando, interagindo e fazendo negócios.

A economia online é dirigida em grande parte pela filosofia da web 2.0 de interação humana, revisão por pares e a democratização de conhecimento e análise. Máquinas de buscas fazem o ranking de páginas baseados em popularidade, plataformas de redes sociais atraem milhões de visitantes por dia e a enciclopédia mais popular da internet é escrita pelas mesmas pessoas que a lêem.

Como a Wikipedia, as terras online de encontro mais populares são geralmente as mais bem moderadas. Uma vez que bobagens e spammers são uma parte inevitável de qualquer sociedade (física ou virtual), o controle de qualidade ajuda a contribuir as melhores experiências online. Boa cidadania entre comunidades online (contribuição inteligente para a discussão e não spam) é um modo muito seguro de melhorar sua reputação como um membro útil do grupo. Para ser adotado, esse tipo de ambiente deve ser moderado.

Interessantemente, o papel do moderador é muito paralelo ao do bibliotecário: para salva-guardar um ambiente no qual o conhecimento pode ser acessado e idéias possam ser partilhadas.

A noção de que bibliotecas são algo do passado e que a humanidade abriu suas asas e vôou para uma nova era de verdade auto-guiada nada mais é do que ridícula. Infelizmente, é esta mesma noção que levaria ao desmembramento das bibliotecas como bagunçadas e datadas. Na realidade, a qualidade da rede depende da direção de um modelo acadêmico, um modelo de biblioteca. Enquanto os moderadores têm como melhorarem o novo e selvagem cenário cibernético, os bibliotecários já trilharam partes significantes desta viagem.

20. A sabedoria das multidões não é confiável, por causa do ponto de desequilíbrio

A alta visibilidade de certos pontos de vista, análises e mesmo fatos encontrados online através dos sites de redes sociais e wikis é construída – idealmente – para ser o resultado do consenso do grupo. O algoritmo do Google também se baseia nesse princípio coletivo: no lugar de um expert arbitrariamente decidir qual recurso é o mais “importante”, deixe que a web decida. Sites com alta popularidade de links tendem a ser os primeiros do ranking nos motores de busca. O algoritmo é baseado no princípio de que o consenso do grupo revela uma melhor e mais acurada análise da realidade do que um único expert poderia fazer. O escritor James Surowieki chamou isso de “sabedoria das massas”.

Em um vácuo, as multidões são provavelmente muito sábias. Mas muitas vezes nós percebemos a advertência da sabedoria das multidões de James Surowiecki no “ponto de desequilíbrio” de Malcolm Gladwell, que, neste contexto, explica que os grupos são facilmente influenciados pela sua vanguarda – aqueles que são os primeiros a fazer alguma coisa e que têm automaticamente influência extra, mesmo que o que estejam fazendo não seja necessariamente a melhor idéia.

A natureza altamente social da web, portanto, torna altamente suscetível, por exemplo, o sensacionalismo, a informação de baixa qualidade, com o único mérito de ser popular. Bibliotecas, em contrapartida, fornecem controle de qualidade na forma de um substituto a esta questão. Apenas a informação que é cuidadosamente analisada é permitida. As bibliotecas são propensas a permanecer separadas da Internet, mesmo que elas possam ser encontradas online. Portanto, é extremamente importante que as bibliotecas continuem vivas e bem, como um contraponto ao populismo frágil da web.

21. Bibliotecários são as contrapartes insubstituíveis dos moderadores da web

Os indivíduos que, voluntariamente, dedicam o seu tempo para moderar fóruns e wikis estão desempenhando um papel semelhante aos bibliotecários que supervisionam as estantes – e aqueles que visitam as estantes.

A principal diferença entre os bibliotecários e os moderadores é que, enquanto os primeiros guiam os usuários através de um conjunto de obras altamente autoritativas, publicadas, o moderador é responsável por tomar o leme quando o consenso é criado. Apesar de os papéis serem distintos, cada um está evoluindo junto com o crescimento rápido da Internet e a evolução das bibliotecas. Ambos moderadores e bibliotecários terão muito a aprender uns com os outros, por isso é importante que ambos se aproximem.

22. Ao contrário dos moderadores, os bibliotecários devem delimitar a linha entre bibliotecas e a Internet

Evidentemente, as bibliotecas já não são tanto do ponto de partida e término de toda a pesquisa acadêmica. A Internet está efetivamente puxando os alunos para longe das estantes e revelando uma riqueza de informações, especialmente para quem está equipado com as ferramentas para encontrá-la. Na verdade, o sonho de eliminar o intermediário é possível de atingir. Mas a que preço?

A literacia mediática, apesar de ser um ativo extremamente importante para os estudiosos e pesquisadores, está longe de ser universal. Quem vai realizar a educação midiática? Muitos argumentam que os bibliotecários são os mais indicados para educar as pessoas sobre a web.

Afinal, os moderadores da web estão preocupados principalmente com o ambiente que eles supervisionam e menos com o ensino de habilidades web para estranhos. Os professores e os pesquisadores estão ocupados com suas disciplinas e especializações. Os bibliotecários, portanto, devem ser os únicos que atravessam a internet para tornar a informação mais facilmente acessível. Em vez de eliminar a necessidade de bibliotecários, a tecnologia está a reforçar a sua validade.

23. A internet é uma bagunça

Como um website pró-bibliotecário coloca, “A internet em pouquíssimas maneiras se assemelha a uma biblioteca. A biblioteca oferece um conjunto claro e padronizado de recursos facilmente recuperáveis”.

Apesar da natureza um pouco combativa desta frase, sua premissa é essencialmente correta. Apesar das melhorias na tecnologia de pesquisa e a criação de sites surpreendentemente abrangentes como a Wikipedia, a internet ainda é, em muitos aspectos, um vale-tudo. Inundada com sites provenientes de todos os tipos de fontes que, inexplicavelmente, definham ou galopam por posições no topo dos rankings, a web é como um velho oeste super populoso. Muitas pessoas confrontam este caos com exemplos populares de sites de redes sociais ou grandes, complexos e altamente bem sucedidos esforços de organização da informação(Google, Wikipedia, et al). Mas, apesar desses esforços, um volume de páginas questionáveis ainda tende a ser oferecido em muitos resultados de pesquisa, e a credibilidade de cada fonte inerentemente acessada deve ser questionada.

Não que isso seja uma coisa ruim. Os oceanos da informação, a incerteza e a espontaneidade na web pode proporcionar uma experiência excitante e enriquecedora. Mas se você precisa limitar a sua pesquisa aos recursos logicamente indexados que foram publicados e avaliados por uma equipe de profissionais, a biblioteca ainda é a melhor aposta.

24. A internet está sujeita à manipulação

Ao mesmo passo que as mentes brilhantes por trás do Google estão vindo acima com um algoritmo de busca melhor, as mentes brilhantes de otimizadores de motores de busca continuarão a burlá-lo. Isto poderia envolver estar em conformidade com as normas de qualidade do Google, ou, em muitos casos, contornando-as. É importante que o usuário tenha em mente as limitações do Google. Em muitos casos, o gigante das buscas é bem sucedido ao servir boa informação. Mas em muitos casos, ainda está aquém.

Em contraste, é extremamente difícil penetrar nos índices das bibliotecas. Livros, periódicos e outros recursos devem ser nada menos do que material publicado de alto calibre. Se não forem, eles simplesmente não entram.

Além disso, o incentivo econômico para manipular as coleções de bibliotecas é muito menos intenso do que na internet. Estima-se que apenas 4% dos títulos de livros sejam rentabilizados.

Enquanto isso, o Google sozinho consegue ganhos incríveis com publicidade online, para não mencionar todos os outros se posicionando por um pedaço da torta da Internet.

Mas as bibliotecas simplesmente não estão enfrentando esse tipo de pressão. Sua maneira de fornecer informações, portanto, será menos influenciada por interesses corporativos.

25. As coleções de bibliotecas empregam um sistema bem formulado de citações

Livros e revistas encontrados em bibliotecas foram publicados sob diretrizes rigorosas de citação e precisão e, assim, são permitidos em coleções das bibliotecas.

Estes padrões simplesmente não são impostos aos sites. Eles podem aparecer nos resultados de pesquisa independente de fornecerem citação. Com bastante pesquisa, a precisão dos recursos da web muitas vezes podem ser determinados. Mas perde-se muito tempo. As bibliotecas realizam pesquisas muito mais eficientes.

26. Pode ser difícil isolar informações concisas na internet

Determinadas áreas, como condições médicas ou aconselhamentos financeiros são muito bem mapeados na web. Sites de qualidade para áreas mais marginais, no entanto, são menos fáceis de encontrar através de pesquisa na web. Seria preciso saber qual site se deseja visitar, e o Google não vai necessariamente servir exatamente o que você está procurando.

A Wikipedia, que possui um bom ranking para uma ampla variedade de áreas especializadas, está melhorando a concisão da web. Mas a Wikepedia é apenas um site, que qualquer pessoa pode editar, e sua veracidade não é garantida. Bibliotecas mantêm coleções indexadas de materiais de pesquisa muito mais abrangentes e concisas.

27. As bibliotecas podem preservar a experiência do livro

Consumir 900 páginas sobre a história intelectual da Rússia é uma experiência única para o livro. Em geral, o livro fornece um foco de estudo, porém abrangente, que resume anos de pesquisa de um autor – ou a equipe de autores – que dedicaram sua vida acadêmica a uma área temática específica.

Através do Google Book Search, a internet pode ser uma ferramenta para descobrir onde comprar um livro. Resultados de buscas normais revelam também uma variedade de revendedores de livros, cursos acadêmicos ou projetos web a serem apresentados.

Mas mesmo quando a internet oferece conteúdo real (como em uma pesquisa sobre a história da Rússia) a informação é muitas vezes pequena ou superficial – uma espécie de consulta de referência rápida. O conhecimento pode ser encontrado, mas a experiência de mergulhar em um livro de centenas de páginas não acontece online. A preservação das estantes, consequentemente, ajudará a preservar o acesso a esta forma de aprendizagem e a forma mais tradicional de aprendizagem pode continuar lado a lado com a novo.

28. Bibliotecas são estáveis, enquanto a Web é transitória

Em um esforço para melhorar o seu serviço e derrotar os spammers, os motores de busca estão constantemente atualizando seus algoritmos. Muitas vezes, porém, os danos colaterais irão nocautear sites inocentes, incluindo, talvez, recursos autoritativos. Além disso, sites comumente saem do ar ou alteram seus endereços. Outros sites que apontam para esses recursos (que eram bons) podem facilmente e sem querer agrupar um sem número de “links quebrados”. Esses sites podem permanecer sem qualquer edição por anos. As bibliotecas, por outro lado, têm um estoque seguro de recursos disponíveis e um sistema de indexação padrão que oferece resultados estáveis e confiáveis de forma consistente.

29. As bibliotecas podem ser surpreendentemente úteis para as coleções e arquivos de notícias

Em muitos aspectos, as bibliotecas ficam aquém da Internet quando se trata de agregar conteúdo de notícias. A TV, rádio e jornais online – para não mencionar a abundância de blogs referenciando e comentando sobre os acontecimentos diários em todo o mundo – muitas vezes pode saciar qualquer pessoa.

Enquanto isso, as bibliotecas continuam a assinar e armazenar uma determinada lista de jornais, e arquivam as edições anteriores. Este esforço pode parecer humilde ao lado dos longas listas de agregadores de notícias online e acesso instantâneo a artigos publicados em tempo real.

No entanto, a catalogação de notícias por uma biblioteca pode fornecer uma série de vantagens. Para começar, muitas publicações continuam a existir offline. Para quem procura um artigo específico de um jornalista específico, uma biblioteca poderia render melhores resultados – mesmo que a publicação tenha que ser rastreada através de empréstimo entre bibliotecas.

Bibliotecas frequentemente fornecem livremente exemplares de periódicos importantes que de outra maneira exigem assinaturas on-line, como muitas seções do New York Times.

Além disso, normalmente os arquivos desaparecem offline, ou tornam-se cada vez mais caros online. (Experimente a busca do Google News Archive). Isto pode deixar as bibliotecas com as únicas cópias acessíveis.

30. Nem todo mundo tem acesso à internet

Nas nações menos desenvolvidas ou mesmo nas regiões mais pobres dos Estados Unidos, acessar a biblioteca é quase sempre o único jeito de um indivíduo realizar uma pesquisa séria. Há pelo menos duas principais razões pelas quais a internet talvez não seja sequer uma alternativa ilusória às bibliotecas. Primeiramente, acesso online pode ser muito mais difícil do que o acesso à biblioteca. Uma biblioteca pública pode ter pelo menos um computador, enquanto outros pontos de acesso à internet podem cobrar alguém que simplesmente não possui meios de pagar pelo acesso. Em segundo lugar, mesmo se o acesso à internet for obtido, o lapso de educação tecnológica nas áreas pobres do mundo irá deixar a tecnologia muito menos útil do que seria para uma pessoa com mais experiência de navegação na web.

31. Nem todos podem pagar pelos livros

Fora dos países desenvolvidos, os livros são mais raros e muitas vezes mais caros do que suas contrapartes de primeiro mundo. Compondo o problema está um incrivelmente baixo salário mínimo, tornando o custo real dos livros astronômicos. A biblioteca pública, sempre que ela existe, portanto, torna-se muito mais crucial para a democratização da informação.

Como os Estados Unidos tende a ser um líder de tendências, especialmente em termos tecnológicos, deve ressaltar a importância das bibliotecas, mesmo quando a tecnologia avança. Divulgar a cultura de aparelhos eletrônicos sobre os livros pode colocar em risco a existência de bibliotecas tradicionais, deixando os pobres sem livros ou estas tecnologias.

32. As bibliotecas são um substituto para o anti-intelectualismo

Não é que a internet seja anti-intelectual; suas raízes acadêmicas e a imensa quantidade de sites acadêmicos com certeza atestam que seja um meio inteligente. Mas para alguns, o imediatismo sedutor da internet pode levar à falsa impressão de que apenas a discussão imediata, interativa e simultânea possui valor. Livros empoeirados em prateleiras altas parecem então representar o conhecimento estagnado, e seus curadores (bibliotecários), ultrapassados. Os livros e a leitura facilmente são considerados elitistas e inativos, enquanto o blog torna-se o aqui e agora.

Mas, como mencionado anteriormente, nem tudo está na internet. O acesso aos livros e teorias de centenas de anos de história cultural é essencial para o progresso. Sem isso, a tecnologia poderá se tornar a ferramenta irônica das tendências culturais sensacionais e retrógradas. Preservar bibliotecas para armazenar o conhecimento e ensinar as limitações da tecnologia pode ajudar a evitar a arrogância e o narcisismo da novidade tecnológica.

33. Livros antigos são valiosos

A idéia de uma biblioteca se tornar um “museu de livros” na era da digitalização é, às vezes, lançada como um discurso apocalítico. Isso é um pesadelo real para os bibliotecários. O termo insinua que, ao invés de se tornar contemporânea e útil, as bibliotecas poderiam se transformar em fetiches históricos como discos de vinil ou máquinas de escrever. Em vez de se manterem como profissionais de pesquisa, os bibliotecários seriam forçados a se tornar “curadores de museus” – ou, mais provavelmente, perderiam seus empregos. Mas se a evolução da biblioteca caminha no sentido de se tornar um lugar interativo para eventos culturais e troca de idéias, a preservação e exibição de relíquias literárias poderiam ser mais uma faceta da sua importância (e também, intriga). De fato, livros antigos não têm somente valor monetário, mas são parte da memória cultural e histórica que não deve ser perdida para a digitalização.

Conclusão

A sociedade não está pronta para abandonar a biblioteca, e provavelmente nunca estará. Bibliotecas podem adaptar-se as mudanças sociais e tecnológicas, mas elas não são substituíveis. Enquanto que as bibliotecas são distintas da internet, os bibliotecários são os melhores profissionais para guiar acadêmicos e cidadãos para um melhor entendimento de como encontrar informação de valor online. Certamente, existe muita informação online. Mas ainda existe muita informação em papel. Ao invés de taxar as bibliotecas como obsoletas, os governos estaduais e federais deveriam aumentar os recursos para garantir melhores funcionários e tecnologias. Ao invés de galopar cegamente através da era digital, guiado apenas pelos interesses corporativos da economia da web, a sociedade deveria adotar uma cultura de guias e sinalizações. Hoje, mais do que nunca, as bibliotecas e os bibliotecários são extremamente importantes para a preservação e melhoria da nossa cultura.

Artigo original: Are Librarians Totally Obsolete?

Disponível em: degreetutor.com

tradução colaborativa de:
Moreno Barros, Isadora Garrido, Fabíola Pinudo, Sibele Fausto, Viviane Neves, Polyanha Hudson, Aline Gonçalves, Gustavo Henn



27/04/2011

Os segredos das melhores bibliotecas

(fonte: http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/melhores-bibliotecas-485917.shtml)

 

Os segredos das melhores bibliotecas

 

Experiências bem-sucedidas pelo Brasil dão 11 ideias para valorizar bibliotecas e atrair mais leitores


A falta de hábito de leitura é um grave problema para os brasileiros. Pesquisas recentes mostram que a população do país vem lendo mais nos últimos anos, mas o percentual de leitores ainda é muito baixo (de acordo com o estudo Retratos da Leitura no Brasil, de 2008, 45 % da população estudada não leu nenhum livro nos últimos 3 meses, e é considerada não-leitor pela pesquisa).

Embora 67 % dos brasileiros saibam que existe uma biblioteca perto de seus lares, apenas 1 em cada 4 cidadãos as freqüentam, de acordo com o Retratos da Leitura. A má condição dos estabelecimentos é um dos principais fatores que contribuem para esse distanciamento do público. O Retratos da Leitura mostra que 20 % dos leitores do país não vão às bibliotecas por causa da precariedade dos estabelecimentos.

Prédios velhos, falta de acervo, verba curta, má administração, entre outros, são alguns dos motivos que afastam o público das bibliotecas, e, consequentemente, da leitura. Se os brasileiros leem pouco, uma das causas é certamente a falta de acesso que a população tem aos livros.

Fazer com que as bibliotecas tenham maior alcance e sejam disseminadoras do conhecimento é um desafio e tanto, mas, é possível, como mostram experiências bem-sucedidas pelo Brasil. Conheça a seguir algumas ações que contribuem para a valorização das bibliotecas e estimulam o prazer da leitura.

E você: o que acha que deveria mudar nas bibliotecas de sua cidade e ou escola? 


1. Levar a biblioteca até a população
Dados do Ministério da Cultura mostram que no Brasil existem 331 municípios que ainda não possuem bibliotecas. Pode parecer pouco, considerando o total de 5.562 municípios brasileiros, mas não é. Se a cidade de São Paulo - com mais de 50 bibliotecas públicas - ainda possui áreas carentes de bibliotecas (caso das zonas sul e leste) imagine o problema que é ter acesso a livros no resto do Brasil?

Na impossibilidade de construir novas unidades, uma boa opção são as bibliotecas itinerantes, como a Biblioteca Volante e o Ônibus Biblioteca (também ganhadoras do Prêmio Viva Leitura 2008, na categoria Bibliotecas públicas, privadas ou comunitárias), das capitais de Rio de Janeiro e São Paulo, respectivamente.

"O ônibus biblioteca tem uma frequência altíssima. As comunidades que não têm bibliotecas por perto sentem muita falta disso, e quando chega o ônibus a procura é alta", diz Maria Zenita Monteiro, Coordenadora do Sistema Municipal de Bibliotecas do município de São Paulo.

Há ainda uma variação inusitada e bem regional das bibliotecas itinerantes: o jegue-livro. Em algumas cidadezinhas do nordeste, como Panelas (PE) e Alto Alegre do Pindaré (MA), livros para empréstimo são levados à população no lombo de um jegue. "O jegue é um bichinho simpático e faz uma boa propaganda. A população adora", diz Christine Fontelles, diretora do Instituto Ecofuturo, que ajuda comunidades a montar sua própria biblioteca. Ela conheceu o projeto na cidade de Panelas.

Dados do Ministério da Cultura mostram que no Brasil existem 331 municípios que ainda não possuem bibliotecas. Pode parecer pouco, considerando o total de 5.562 municípios brasileiros, mas não é. Se a cidade de São Paulo - com mais de 50 bibliotecas públicas - ainda possui áreas carentes de bibliotecas (caso das zonas sul e leste) imagine o problema que é ter acesso a livros no resto do Brasil?

Na impossibilidade de construir novas unidades, uma boa opção são as bibliotecas itinerantes, como a Biblioteca Volante e o Ônibus Biblioteca (também ganhadoras do Prêmio Viva Leitura 2008, na categoria Bibliotecas públicas, privadas ou comunitárias), das capitais de Rio de Janeiro e São Paulo, respectivamente.

"O ônibus biblioteca tem uma frequência altíssima. As comunidades que não têm bibliotecas por perto sentem muita falta disso, e quando chega o ônibus a procura é alta", diz Maria Zenita Monteiro, Coordenadora do Sistema Municipal de Bibliotecas do município de São Paulo.

Há ainda uma variação inusitada e bem regional das bibliotecas itinerantes: o jegue-livro. Em algumas cidadezinhas do nordeste, como Panelas (PE) e Alto Alegre do Pindaré (MA), livros para empréstimo são levados à população no lombo de um jegue. "O jegue é um bichinho simpático e faz uma boa propaganda. A população adora", diz Christine Fontelles, diretora do Instituto Ecofuturo, que ajuda comunidades a montar sua própria biblioteca. Ela conheceu o projeto na cidade de Panelas.


2. Tornar o espaço agradável
 O ambiente da biblioteca tem de ser agradável para atrair as pessoas. Além de oferecer condições básicas de higiene e segurança, o espaço precisa ser confortável. Quanto mais lúdico for o contato com a biblioteca, maior é o aproveitamento do público.

Christine Fontelles, diretora do Ecofuturo, instituto que coordena o projeto das Bibliotecas Comunitárias Ler é Preciso, concorda com essa percepção. "Incentivamos que o ambiente das bibliotecas comunitárias seja um ambiente animado, colorido e bem iluminado", explica.

Se mantiver um aspecto sisudo, a biblioteca dificilmente será aproveitada pela comunidade. "Ela não pode ser apenas um armazém de livro", alerta Christine.

A Biblioteca Infantil Monteiro Lobato, na cidade de São Paulo, também segue esse modelo mais despojado (que vem sendo implementado na maioria das bibliotecas do município). Além de salas com poltronas, pufs e tapetes para as crianças deitarem, a Monteiro Lobato conta com uma atração que poucas têm: um parque. O playground é da prefeitura, mas fica no quintal do prédio da Monteiro Lobato e é bastante freqüentado pelo público da biblioteca.

O ambiente da biblioteca tem de ser agradável para atrair as pessoas. Além de oferecer condições básicas de higiene e segurança, o espaço precisa ser confortável. Quanto mais lúdico for o contato com a biblioteca, maior é o aproveitamento do público.

Christine Fontelles, diretora do Ecofuturo, instituto que coordena o projeto das Bibliotecas Comunitárias Ler é Preciso, concorda com essa percepção. "Incentivamos que o ambiente das bibliotecas comunitárias seja um ambiente animado, colorido e bem iluminado", explica.

Se mantiver um aspecto sisudo, a biblioteca dificilmente será aproveitada pela comunidade. "Ela não pode ser apenas um armazém de livro", alerta Christine.

A Biblioteca Infantil Monteiro Lobato, na cidade de São Paulo, também segue esse modelo mais despojado (que vem sendo implementado na maioria das bibliotecas do município). Além de salas com poltronas, pufs e tapetes para as crianças deitarem, a Monteiro Lobato conta com uma atração que poucas têm: um parque. O playground é da prefeitura, mas fica no quintal do prédio da Monteiro Lobato e é bastante freqüentado pelo público da biblioteca.
3. Facilitar o contato com os livros
 Nenhum obstáculo deve existir entre os livros e o público em uma biblioteca. "O importante na biblioteca são os livros. O livro é um objeto de mediação entre o conhecimento e o sujeito, nada deve ser posto entre eles", defende Christine Fontelles, diretora do Instituto Ecofuturo.

Christine também afirma que é preciso ter cuidado com a disposição e exposição das obras. "Para as crianças, por exemplo, as estantes precisam ser baixas e os livros tem de estar com a capa sempre voltada para a frente", diz.

Outra medida importante é ter profissionais capacitados para melhor atender o público. O bibliotecário deve estar presente para auxiliar e não dificultar o acesso aos livros. "Os profissionais que trabalham nesses espaços precisam compreender a relação do leitor com os livros. A pessoa que faz a mediação entre leitor e livro precisa ser leitora também, para saber como atrair o público. Um pouco de carisma também ajuda. Não adianta ter um espaço bonito com uma pessoa carrancuda te atendendo", diz Rovilson José da Silva, diretor de bibliotecas de Londrina (PR) e responsável pelo "Projeto de Leitura Bibliotecas Escolares: Palavras Andantes", ganhador do Prêmio Viva Leitura 2008, na categoria Escolas Públicas e Privadas.

Nenhum obstáculo deve existir entre os livros e o público em uma biblioteca. "O importante na biblioteca são os livros. O livro é um objeto de mediação entre o conhecimento e o sujeito, nada deve ser posto entre eles", defende Christine Fontelles, diretora do Instituto Ecofuturo.

Christine também afirma que é preciso ter cuidado com a disposição e exposição das obras. "Para as crianças, por exemplo, as estantes precisam ser baixas e os livros tem de estar com a capa sempre voltada para a frente", diz.

Outra medida importante é ter profissionais capacitados para melhor atender o público. O bibliotecário deve estar presente para auxiliar e não dificultar o acesso aos livros. "Os profissionais que trabalham nesses espaços precisam compreender a relação do leitor com os livros. A pessoa que faz a mediação entre leitor e livro precisa ser leitora também, para saber como atrair o público. Um pouco de carisma também ajuda. Não adianta ter um espaço bonito com uma pessoa carrancuda te atendendo", diz Rovilson José da Silva, diretor de bibliotecas de Londrina (PR) e responsável pelo "Projeto de Leitura Bibliotecas Escolares: Palavras Andantes", ganhador do Prêmio Viva Leitura 2008, na categoria Escolas Públicas e Privadas.
4. Valorizar, cuidar e investir no acervo
 Os itens mais importantes das bibliotecas são, naturalmente, os livros. Portanto, além de ter um bom acervo é necessário conservá-lo. Nas Bibliotecas Comunitárias Ler é Preciso - parceria entre o Instituto Ecofuturo e a Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ) -, por exemplo, parte do treinamento dos bibliotecários é dedicada às práticas de conservação das obras. A diretora do programa, Christine Fontelles, explica que o bibliotecário tem de estar preparado para ensinar o público como tratar os livros. "Em algumas regiões extremamente pobres, faltam noções de cuidado. As crianças manuseiam os livros de qualquer jeito e isso pode danificar as obras.", diz.

O projeto de leitura Bibliotecas Escolares: Palavras Andantes, de Londrina (PR), segue filosofia semelhante, e, além da capacitação dos profissionais (um dos pontos fortes do programa), busca a melhoria constante dos acervos das bibliotecas escolares. "A biblioteca é um lugar de troca e convivência. Para que ela não perca esse caráter, é preciso investir na ampliação contínua do acervo", diz Rovilson José da Silva, diretor de bibliotecas de Londrina (PR).

Os itens mais importantes das bibliotecas são, naturalmente, os livros. Portanto, além de ter um bom acervo é necessário conservá-lo. Nas Bibliotecas Comunitárias Ler é Preciso - parceria entre o Instituto Ecofuturo e a Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ) -, por exemplo, parte do treinamento dos bibliotecários é dedicada às práticas de conservação das obras. A diretora do programa, Christine Fontelles, explica que o bibliotecário tem de estar preparado para ensinar o público como tratar os livros. "Em algumas regiões extremamente pobres, faltam noções de cuidado. As crianças manuseiam os livros de qualquer jeito e isso pode danificar as obras.", diz.

O projeto de leitura Bibliotecas Escolares: Palavras Andantes, de Londrina (PR), segue filosofia semelhante, e, além da capacitação dos profissionais (um dos pontos fortes do programa), busca a melhoria constante dos acervos das bibliotecas escolares. "A biblioteca é um lugar de troca e convivência. Para que ela não perca esse caráter, é preciso investir na ampliação contínua do acervo", diz Rovilson José da Silva, diretor de bibliotecas de Londrina (PR).
5. Transformar a biblioteca num lugar para as crianças
 A pesquisa Retratos da Leitura no Brasil 2008 apontou que mais da metade dos frequentadores das bibliotecas são crianças e adolescentes. Ler é bom para todos, mas é ainda mais importante no aprendizado durante a infância e adolescência. As bibliotecas precisam ter espaços voltados para esse público para atraí-lo e atendê-lo com qualidade.

Além de salas confortáveis, coloridas, bem iluminadas e limpas, é preciso ter acervo e programação específicos para esse público. "Temos um acervo muito grande de gibis, quadrinhos, DVD`s e livros infanto-juvenis. Também promovemos exibições de filmes e seções de contação de histórias, que atraem bastante os jovens", diz Rita Pisniski, diretora da Biblioteca Infantil Monteiro Lobato, da cidade de São Paulo.

O diretor de bibliotecas de Londrina, Rovilson José da Silva - responsável pelo Projeto de Leitura Bibliotecas Escolares: Palavras Andantes, vencedor do Prêmio Viva Leitura 2008, na categoria Escolas Públicas e Privadas - dá a dica: "Quando a criança vir a biblioteca ela tem de se sentir atraída. A biblioteca tem de ser um espaço adequado e educativo para a criança e estar integrada à visão de ensino e aprendizagem das escolas", diz.

A pesquisa Retratos da Leitura no Brasil 2008 apontou que mais da metade dos frequentadores das bibliotecas são crianças e adolescentes. Ler é bom para todos, mas é ainda mais importante no aprendizado durante a infância e adolescência. As bibliotecas precisam ter espaços voltados para esse público para atraí-lo e atendê-lo com qualidade.

Além de salas confortáveis, coloridas, bem iluminadas e limpas, é preciso ter acervo e programação específicos para esse público. "Temos um acervo muito grande de gibis, quadrinhos, DVD`s e livros infanto-juvenis. Também promovemos exibições de filmes e seções de contação de histórias, que atraem bastante os jovens", diz Rita Pisniski, diretora da Biblioteca Infantil Monteiro Lobato, da cidade de São Paulo.

O diretor de bibliotecas de Londrina, Rovilson José da Silva - responsável pelo Projeto de Leitura Bibliotecas Escolares: Palavras Andantes, vencedor do Prêmio Viva Leitura 2008, na categoria Escolas Públicas e Privadas - dá a dica: "Quando a criança vir a biblioteca ela tem de se sentir atraída. A biblioteca tem de ser um espaço adequado e educativo para a criança e estar integrada à visão de ensino e aprendizagem das escolas", diz.
6. Oferecer uma programação diversificada
 Hoje, internet, televisão e videogames competem com os livros. Por isso, as bibliotecas precisam oferecer algo além dos livros nas estantes. Seções de leitura e de cinema, contação de histórias para crianças, telecentros, teatro, oficinas, entre outros, são algumas das opções para tornar a biblioteca um ambiente mais atrativo para jovens leitores. A biblioteca Infantil Monteiro Lobato, por exemplo, tem um grupo de teatro, o TIMOL (Teatro Infantil Monteiro Lobato), feito pelas crianças e jovens que a frequentam. A diretora Rita Pisniski garante ser um sucesso. "A princípio, o Timol é para crianças e jovens dos 10 aos 18 anos. Mas, muitos, quando ficam mais velhos, gostam tanto que não querem ir embora. Acabam ficando para fazer direção, figurino, cenografia, essas coisas e deixam a encenação para os mais novos", diverte-se a diretora.

Hoje, internet, televisão e videogames competem com os livros. Por isso, as bibliotecas precisam oferecer algo além dos livros nas estantes. Seções de leitura e de cinema, contação de histórias para crianças, telecentros, teatro, oficinas, entre outros, são algumas das opções para tornar a biblioteca um ambiente mais atrativo para jovens leitores. A biblioteca Infantil Monteiro Lobato, por exemplo, tem um grupo de teatro, o TIMOL (Teatro Infantil Monteiro Lobato), feito pelas crianças e jovens que a frequentam. A diretora Rita Pisniski garante ser um sucesso. "A princípio, o Timol é para crianças e jovens dos 10 aos 18 anos. Mas, muitos, quando ficam mais velhos, gostam tanto que não querem ir embora. Acabam ficando para fazer direção, figurino, cenografia, essas coisas e deixam a encenação para os mais novos", diverte-se a diretora.
7. Adequar o horário à necessidade do público
 A biblioteca tem de funcionar de acordo com a necessidade do público que a freqüenta. Para isso, é preciso se adequar aos horários em que os usuários têm maior disponibilidade para visitar as bibliotecas. Em sua reformulação pedagógica, o Palavras Andantes, de Londrina, fez com que a maioria das bibliotecas das 80 escolas do município permanecessem abertas para leituras e empréstimos durante o horário de recreio. Do que adiantaria uma biblioteca escolar fechada no único período em que a criança não está em sala de aula, não é mesmo?

Outro problema na maioria das cidades é a falta de bibliotecas abertas aos domingos. Em Belo Horizonte nenhuma biblioteca pública abre nesse dia, Em São Paulo, apenas quatro, das mais de 50, e no Rio de Janeiro seis das 29 bibliotecas públicas funcionam aos domingos. O número reduzido de funcionários e a falta de pagamento da prefeitura por horas extras de trabalho costumam ser os maiores obstáculos na hora de funcionar aos domingos. Mas, se existe procura da população pelas bibliotecas aos domingos é possível atendê-la, mesmo com tantos empecilhos.

A Biblioteca Infantil Monteiro Lobato, uma das quatro bibliotecas que atendem aos domingos na cidade de São Paulo, funciona graças ao esforço de seus funcionários. "Para funcionar aos domingos não precisamos de todos os funcionários, apenas alguns. Para não sobrecarregá-los fazemos um rodízio", explica a diretora Rita Pisniski. O atendimento no fim de semana não é igual ao dos dias úteis: funcionam apenas a sala de leitura e a Gibiteca, em horário reduzido, das 10h as 14h. "Mas se alguém precisar muito usar a sala de pesquisa a gente dá um jeito", diz Rita.

A biblioteca tem de funcionar de acordo com a necessidade do público que a freqüenta. Para isso, é preciso se adequar aos horários em que os usuários têm maior disponibilidade para visitar as bibliotecas. Em sua reformulação pedagógica, o Palavras Andantes, de Londrina, fez com que a maioria das bibliotecas das 80 escolas do município permanecessem abertas para leituras e empréstimos durante o horário de recreio. Do que adiantaria uma biblioteca escolar fechada no único período em que a criança não está em sala de aula, não é mesmo?

Outro problema na maioria das cidades é a falta de bibliotecas abertas aos domingos. Em Belo Horizonte nenhuma biblioteca pública abre nesse dia, Em São Paulo, apenas quatro, das mais de 50, e no Rio de Janeiro seis das 29 bibliotecas públicas funcionam aos domingos. O número reduzido de funcionários e a falta de pagamento da prefeitura por horas extras de trabalho costumam ser os maiores obstáculos na hora de funcionar aos domingos. Mas, se existe procura da população pelas bibliotecas aos domingos é possível atendê-la, mesmo com tantos empecilhos.

A Biblioteca Infantil Monteiro Lobato, uma das quatro bibliotecas que atendem aos domingos na cidade de São Paulo, funciona graças ao esforço de seus funcionários. "Para funcionar aos domingos não precisamos de todos os funcionários, apenas alguns. Para não sobrecarregá-los fazemos um rodízio", explica a diretora Rita Pisniski. O atendimento no fim de semana não é igual ao dos dias úteis: funcionam apenas a sala de leitura e a Gibiteca, em horário reduzido, das 10h as 14h. "Mas se alguém precisar muito usar a sala de pesquisa a gente dá um jeito", diz Rita.
8. Envolver a comunidade na criação e manutenção
 Boas bibliotecas são feitas por e para a população das cidades onde funcionam. Para atender as verdadeiras necessidades do público, nada melhor do que envolver a comunidade em todo o processo de criação das bibliotecas. Se a comunidade participar da escolha das obras, da decoração do ambiente, da programação das oficinas, etc, as bibliotecas serão mais envolventes e terão a cara do público que as frequenta. É o que acontece nas Bibliotecas Comunitárias, do Programa Ler é Preciso, do Instituto Ecofuturo. "A participação da comunidade é fundamental. São as pessoas que têm de escolher quais gêneros a comunidade precisa. É muito importante compartilhar com a comunidade todo o processo das bibliotecas.", diz Christine Fontelles, diretora do programa.

Christine também destaca a importância da comunidade se engajar para conseguir maior representatividade política. "Nosso programa visa potencializar projetos de leitura já existentes. A participação da comunidade é fundamental para conseguir o apoio da prefeitura e do Estado. Em Mogi das Cruzes, por exemplo, graças ao engajamento, a população conseguiu apoio do Instituto C&A e do Ministério da Cultura para a melhoria de uma das bibliotecas comunitárias", diz a diretora.

Boas bibliotecas são feitas por e para a população das cidades onde funcionam. Para atender as verdadeiras necessidades do público, nada melhor do que envolver a comunidade em todo o processo de criação das bibliotecas. Se a comunidade participar da escolha das obras, da decoração do ambiente, da programação das oficinas, etc, as bibliotecas serão mais envolventes e terão a cara do público que as frequenta. É o que acontece nas Bibliotecas Comunitárias, do Programa Ler é Preciso, do Instituto Ecofuturo. "A participação da comunidade é fundamental. São as pessoas que têm de escolher quais gêneros a comunidade precisa. É muito importante compartilhar com a comunidade todo o processo das bibliotecas.", diz Christine Fontelles, diretora do programa.

Christine também destaca a importância da comunidade se engajar para conseguir maior representatividade política. "Nosso programa visa potencializar projetos de leitura já existentes. A participação da comunidade é fundamental para conseguir o apoio da prefeitura e do Estado. Em Mogi das Cruzes, por exemplo, graças ao engajamento, a população conseguiu apoio do Instituto C&A e do Ministério da Cultura para a melhoria de uma das bibliotecas comunitárias", diz a diretora.
9. Investir na divulgação
 De acordo com a pesquisa "Retratos da Leitura no Brasil", de 2008, 3 em cada 4 brasileiros não vão às bibliotecas. O número é assustador. Uma das principais causas dessa baixa frequência pode ser a falta de informação sobre os estabelecimentos. "A maior fragilidade das bibliotecas é a divulgação. Tem muita biblioteca na cidade de São Paulo que existe há anos e a população não sabe de sua existência. Trabalhamos muito infraestrutura e acervo, mas temos que trabalhar mais a divulgação nos bairros", afirma a Coordenadora do Sistema Municipal de Bibliotecas do município de São Paulo, Maria Zenita Monteiro.

De acordo com a pesquisa "Retratos da Leitura no Brasil", de 2008, 3 em cada 4 brasileiros não vão às bibliotecas. O número é assustador. Uma das principais causas dessa baixa frequência pode ser a falta de informação sobre os estabelecimentos. "A maior fragilidade das bibliotecas é a divulgação. Tem muita biblioteca na cidade de São Paulo que existe há anos e a população não sabe de sua existência. Trabalhamos muito infraestrutura e acervo, mas temos que trabalhar mais a divulgação nos bairros", afirma a Coordenadora do Sistema Municipal de Bibliotecas do município de São Paulo, Maria Zenita Monteiro.
10. Usar diferentes abordagens para estimular a leitura
 Na impossibilidade de construir bibliotecas para atender a todos, ou de abrir todas as unidades aos domingos, é preciso procurar outras formas de atender ao público. Livros pendurados em árvores, leituras no bosque, e até mesmo o Jegue-livro, vale tudo para estimular a leitura.

A Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo conta com seis pontos de leituras em parques da cidade, conhecidos como "Bosque da Leitura". Ao todo, são seis unidades nos parques do Ibirapuera, Piqueri, do Carmo, da Consolação, do Anhanguera e no parque da Luz. Todos funcionam aos domingos.

Em algumas cidades do Nordeste, a criatividade dos moradores para incentivar a leitura vai além de atividades nas praças e do jegue-livro: alguns chegam a pendurar livros nos galhos de uma árvore para divulgar a biblioteca, como acontece na Biblioteca Comunitária Ler é Preciso em Barroso, MG. "Algumas pessoas, por conta própria, reúnem e fazem ofertas de livros o que valoriza muito a leitura. E é assim que deve ser, pois a biblioteca é um meio de encantamento", diz Christine Fontelles, diretora do Instituto Ecofuturo.

Na impossibilidade de construir bibliotecas para atender a todos, ou de abrir todas as unidades aos domingos, é preciso procurar outras formas de atender ao público. Livros pendurados em árvores, leituras no bosque, e até mesmo o Jegue-livro, vale tudo para estimular a leitura.

A Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo conta com seis pontos de leituras em parques da cidade, conhecidos como "Bosque da Leitura". Ao todo, são seis unidades nos parques do Ibirapuera, Piqueri, do Carmo, da Consolação, do Anhanguera e no parque da Luz. Todos funcionam aos domingos.

Em algumas cidades do Nordeste, a criatividade dos moradores para incentivar a leitura vai além de atividades nas praças e do jegue-livro: alguns chegam a pendurar livros nos galhos de uma árvore para divulgar a biblioteca, como acontece na Biblioteca Comunitária Ler é Preciso em Barroso, MG. "Algumas pessoas, por conta própria, reúnem e fazem ofertas de livros o que valoriza muito a leitura. E é assim que deve ser, pois a biblioteca é um meio de encantamento", diz Christine Fontelles, diretora do Instituto Ecofuturo.
11. Trabalhar as bibliotecas escolares
 Ter acesso a livros é fundamental na idade escolar, não apenas para pesquisas, mas para o desenvolvimento de habilidades relacionadas à leitura e para a formação de futuros leitores. Portanto, é preciso fazer com que as bibliotecas das escolas tenham bom acervo, infraestrutura adequada e atendimento de qualidade.

Desde 2002, a prefeitura de Londrina (PR) vem investindo nas bibliotecas das escolas do município por meio do projeto de leitura Bibliotecas Escolares: Palavras Andantes, vencedor do Prêmio Viva Leitura, que visa reconhecer as melhores experiências de estímulo à leitura no Brasil. A premiação da iniciativa de Londrina ocorreu em 2008, na categoria de Escolas Públicas e Privadas.

O programa Palavras Andantes, que tem como principal meta estimular a leitura entre os alunos, passa por quatro eixos fundamentais: a formação do mediador de leitura (bibliotecário ou professor); a instituição do horário de leitura em todas as escolas; a reorganização arquitetônica da biblioteca (organizar e reformar o espaço: pintar as paredes com cores agradáveis, colocar cadeiras e mesas adequadas para crianças, etc) e a ampliação contínua dos acervos.

"Não acredito em processo de aprendizagem que não tenha como centro a biblioteca. A biblioteca é uma representação da história da humanidade, do conhecimento artístico, histórico e literário. Se não valorizarmos esse arcabouço humano, que tipo de Educação estaremos oferecendo?", questiona Rovilson José da Silva, diretor de bibliotecas do município de Londrina.


Fonte: http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/melhores-bibliotecas-485917.shtml

18/04/2011

Dia 18 de abril é aniversário de Monteiro Lobato!!


• Dia do Livro Infantil

Nada melhor que inaugurar nosso Blog num dia tão importante!!

Monteiro Lobato se fosse vivo, hoje o grande escritor brasileiro estaria completando 129 anos de idade. 

E em sua homenagem foi escolhida a data do seu aniversário para ser comemorado o “Dia do Livro Infantil”.

Nossa biblioteca tem disponível inúmeros livros infantis! Estamos de portas abertas de segunda à sexta-feira, das 7 às 18h30 horas, sem intervalos. Existem inúmeros livros infantis a disposição e o acervo tem se renovado constantemente. Sempre há novidades e livros de ótima qualidade sendo incorporados ao acervo. É só aparecer, ficar sócio e se divertir com uma enorme quantidade de aventuras, histórias fantásticas e divertidas para alegrar e encantar a imaginação.