30/08/2011

Ler deveria ser proibido (texto original)

Por Guiomar de Grammont (*)

 

A pensar fundo na questão, eu diria que ler devia ser proibido.

Afinal de contas, ler faz muito mal às pessoas: acorda os homens para realidades impossíveis, tornando-os incapazes de suportar o mundo insosso e ordinário em que vivem. A leitura induz à loucura, desloca o homem do humilde lugar que lhe fora destinado no corpo social. Não me deixam mentir os exemplos de Dom Quixote e Madame Bovary. 

O primeiro, coitado, de tanto ler aventuras de cavalheiros que jamais existiram meteu-se pelo mundo afora, a crer-se capaz de reformar o mundo, quilha de ossos que mal sustinha a si e ao pobre Rocinante. Quanto à pobre Emma Bovary, tomou-se esposa inútil para fofocas e bordados, perdendo-se em delírios sobre bailes e amores cortesãos.

Ler realmente não faz bem. A criança que lê pode se tornar um adulto perigoso, inconformado com os problemas do mundo, induzido a crer que tudo pode ser de outra forma. Afinal de contas, a leitura desenvolve um poder incontrolável. Liberta o homem excessivamente. Sem a leitura, ele morreria feliz, ignorante dos grilhões que o encerram. 

Sem a leitura, ainda, estaria mais afeito à realidade quotidiana, se dedicaria ao trabalho com afinco, sem procurar enriquecê-la com cabriolas da imaginação.

Sem ler, o homem jamais saberia a extensão do prazer. Não experimentaria nunca o sumo Bem de Aristóteles: o conhecer. Mas para que conhecer se, na maior parte dos casos, o que necessita é apenas executar ordens? Se o que deve, enfim, é fazer o que dele esperam e nada mais?

Ler pode provocar o inesperado. Pode fazer com que o homem crie atalhos para caminhos que devem, necessariamente, ser longos. Ler pode gerar a invenção. Pode estimular a imaginação de forma a levar o ser humano além do que lhe é devido.

Além disso, os livros estimulam o sonho, a imaginação, a fantasia. Nos transportam a paraísos misteriosos, nos fazem enxergar unicórnios azuis e palácios de cristal. Nos fazem acreditar que a vida é mais do que um punhado de pó em movimento. Que há algo a descobrir. Há horizontes para além das montanhas, há estrelas por trás das nuvens. 

Estrelas jamais percebidas. É preciso desconfiar desse pendor para o absurdo que nos impede de aceitar nossas realidades cruas.

Não, não dêem mais livros às escolas. Pais, não leiam para os seus filhos, pode levá-los a desenvolver esse gosto pela aventura e pela descoberta que fez do homem um animal diferente. Antes estivesse ainda a passear de quatro patas, sem noção de progresso e civilização, mas tampouco sem conhecer guerras, destruição, violência. Professores, não contem histórias, pode estimular uma curiosidade indesejável em seres que a vida destinou para a repetição e para o trabalho duro.

Ler pode ser um problema, pode gerar seres humanos conscientes demais dos seus direitos políticos em um mundo administrado, onde ser livre não passa de uma ficção sem nenhuma verossimilhança. Seria impossível controlar e organizar a sociedade se todos os seres humanos soubessem o que desejam. Se todos se pusessem a articular bem suas demandas, a fincar sua posição no mundo, a fazer dos discursos os instrumentos de conquista de sua liberdade.

O mundo já vai por um bom caminho. Cada vez mais as pessoas lêem por razões utilitárias: para compreender formulários, contratos, bulas de remédio, projetos, manuais etc. Observem as filas, um dos pequenos cancros da civilização contemporânea. Bastaria um livro para que todos se vissem magicamente transportados para outras dimensões, menos incômodas. E esse o tapete mágico, o pó de pirlim-pim-pim, a máquina do tempo. 

Para o homem que lê, não há fronteiras, não há cortes, prisões tampouco. O que é mais subversivo do que a leitura?

É preciso compreender que ler para se enriquecer culturalmente ou para se divertir deve ser um privilégio concedido apenas a alguns, jamais àqueles que desenvolvem trabalhos práticos ou manuais. Seja em filas, em metros, ou no silêncio da alcova. Ler deve ser coisa rara, não para qualquer um.

Afinal de contas, a leitura é um poder, e o poder é para poucos.

Para obedecer não é preciso enxergar, o silêncio é a linguagem da submissão. Para executar ordens, a palavra é inútil.

Além disso, a leitura promove a comunicação de dores e alegrias, tantos outros sentimentos. A leitura é obscena. Expõe o íntimo, torna coletivo o individual e público, o secreto, o próprio. A leitura ameaça os indivíduos, porque os faz identificar sua história a outras histórias. Torna-os capazes de compreender e aceitar o mundo do Outro. Sim, a leitura devia ser proibida.

Ler pode tornar o homem perigosamente humano.

A autora

Foto: Neno Viana






(*) Guiomar de Grammont é graduada em História pela Universidade Federal de Ouro Preto, continuou na cidade de origem com a especialização em Cultura e Arte Barroca no Instituto de Arte e Cultura. Atualmente, também é diretora do Instituto de Filosofia Artes e Cultura da Universidade Federal de Ouro Preto, em Minas Gerais.

26/08/2011

A generosidade de Luis Soriano


















Moro em Venda Nova há cinco anos e quando comento que aqui tudo é mais acessível e perto, levando em conta as distâncias que se tem de percorrer quando vivemos numa cidade grande e desejamos ir à biblioteca pública, por exemplo, a maioria das pessoas não consegue ter uma real dimensão do que eu falo.

Aqui em quase todos lugares conseguimos chegar com dez minutos de uma linda caminhada entre cantos de pássaros e lindas paisagens... Na pior das hipóteses, levamos cinco minutos de bicicleta. No entanto... A biblioteca "é longe".

Reproduzo abaixo um pequeno texto publicado pela Agência Brasil que Lê contando a história da imagem acima "o Biblioburro", ela demonstra como há pessoas que têm dificuldades realmente para ter acesso a livros e a informações. 

No entanto, mesmo assim, conseguem ultrapassar as barreiras da preguiça, das limitações, da miséria social, alcançam seu objetivo maior e iluminam a escuridão com a esperança impregnada nas palavras escritas...

Salve Luis Soriano, aquele que sabe que "longe" é um lugar que não existe!

Sandra Küster • Bibliotecária

 
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Por João Augusto
 

Realizar. Eis o que buscam os homens que sonham alcançar a eternidade, deixar o nome pela história, marcado em efemérides. Mas há quem seja tão grandioso que desconheça o privilégio de ser sozinho, e escolhe ser aos pares. 

Decide partilhar a única certeza que carrega embaixo do chapéu surrado dos dias quentes nos campos colombianos. Ali, escondido entre o fim e o começo do que pode parecer nada, Luis Soriano estendeu a mão a gente que nem conhecia. 

E levou esperança, conhecimento, alegria, nas cestas cheias de livros, penduradas em dois burros, batizados Alfa e Beto. Professor de ofício, ele acredita que, de alguma forma, a leitura pode melhorar a vida das pessoas. 

O Biblioburro, como ficou conhecida a iniciativa, é mais do que um projeto social. É uma lição de humanidade. 

Um ato que pede a história, não pela genialidade de quem o pratica, mas pela generosidade de Luis Soriano de oferecer a tantos outros a oportunidade de realizar.
 


* João Augusto é escritor, poeta e editor da Revista Brasil Que Lê.
  Fonte: Blog do Galeno • Imagens de Leitura • 24/08/2011

22/08/2011

E então, o que ler?

Fonte: por Alessandro Martins em:Livros e afins • 26/07/2011

Este artigo é de responsabilidade do articulista convidado Éber Sander , autor de Perguntas Indiscretas e que, em agosto, lança Eu Morri Faz Tempo.

Tenho dito e escrito que os brasileiros andam lendo mais. Frequentemente sou questionado sobre quais temas/escritores os leitores devem se debruçar.

Eu poderia citar alguns escritores que no meu ponto de vista todos deveriam ler: Eduardo Galeano, Machado de Assis e Mário Quintana estão (e estarão) sempre na minha lista dos favoritos. Conheço leitores que jamais fariam a leitura desses escritores. E você me pergunta: quem está errado? E eu lhe respondo: ninguém.

Cada pessoa tem um gosto particular em tudo na vida e na literatura não é diferente. Auto-ajuda e romance fazem a cabeça de muitos leitores. Estão sempre entre os mais vendidos. Aqui e lá fora.

O público leitor no Brasil de hoje é formado basicamente pelas crianças, adolescentes e pelas mulheres. Nós homens estamos perdendo (de novo!).

Isso explica as vendas extraordinárias de histórias de bruxos, vampiros, auto-ajuda e romances com final feliz.

Particularmente não fico desanimado com o que os leitores andam lendo. Pior seria se não estivem lendo absolutamente nada.

Deixe que façam uso dos livros de auto-ajuda, deixe que façam a leitura das histórias de bruxos e vampiros, deixe que se encantem com os finais felizes dos romances. Precisamos é de leitores!

Um dia certamente cairão em suas mãos livros dos mestres da literatura nacional e mundial, como Guimarães Rosa, Machado de Assis, William Shakespeare, Kante e tantos outros, aí então a magia da literatura se fará presente.

Quando se fala em Brasil no exterior, três personalidades vem a mente: Airton Senna, Pelé e Paulo Coelho (não necessariamente nessa ordem). Ter um escritor nessa lista deve ser motivo de orgulho (independentemente de se gostar ou não do autor e de seus livros).

Portanto, não há um caminho único para tornar-se leitor. Cada um deve criar a sua estrada. A chegada é a mesma: um lugar aplausível, belo e encantador.

Nos vemos por lá.

19/08/2011

Namore um cara que lê



Baseado no "Namore uma garota que lê", texto escrito pela Rosemary Urquico e traduzido e adaptado para o português por Gabriela Ventura.


Namore um cara que se orgulha da biblioteca que tem, ao invés do carro, das roupas ou do penteado. Ele também tem essas coisas, mas sabe que não é isso que vai torná-lo interessante aos seus olhos. Namore um cara que tenha uma pilha de três ou quatro livros na cabeceira e que lembre do nome da professora que o ensinou as primeiras letras.


Encontre um cara que lê. Não é difícil descobrir: ele é aquele que tem a fala mansa e os olhos inquietos. Ele é aquele que pede, toda vez que vocês saem para passear, para entrar rapidinho na livraria, só para olhar um pouco. Sabe aquele que às vezes fica calado porque sabe que as palavras são importantes demais para serem desperdiçadas? Esse é o que lê.


Ele é o cara que não tem medo de se sentar sozinho num café, num bar, num restaurante. Mas, se você olhar bem, ele não está sozinho: tem sempre um livro por perto, nem que seja só no pensamento. O rosto pode ser sério, mas ele não morde, não. Sente-se na mesa ao lado, estique o olho para enxergar a capa, sorria de leve. É bem fácil saber sobre o quê conversar.


Diga algo sobre o Nobel do Vargas Llosa. Fale sobre sobre as novas traduções que andam saindo por aí. Cuidado: certos best-sellers são assunto proibido. Peça uma dica. Pergunte o que ele está lendo –e tenha paciência para escutar, a resposta nunca é assim tão fácil.


Namore um cara que lê, ele vai entender um pouco melhor seu universo, porque já leu Simone, Clarice e –talvez não admita– sabe de memória uns trechos de Jane Austen. Seja você mesma, você mesmíssima, porque ele sabe que são as complicações, os poréns que fazem uma grande heroína. Um cara que lê enxerga em você todas as personagens de todos os romances.


Um cara que lê não tem pressa, sabe que as pessoas aprendem com os anos, que qualquer um dos grandes tem parágrafos ruins, que o Saramago começou já velho, que o Calvino melhorou a cada romance, que o Borges pode soar sem sentido e que os russos precisam de paciência.


Um namorado que lê gosta de muita coisa, mas, na dúvida, é fácil presenteá-lo: livro no aniversário, livro no Natal, livro na Páscoa. E livro no Dia das Crianças, por que não? Um cara que lê nunca abandonará uma pontinha de vontade de ser Mogli, o menino lobo.


E você também ganhará um ou outro livro de presente. No seu aniversário ou no Dia dos Namorados ou numa terça-feira qualquer. E já fique sabendo que o mais importante não é bem o livro, mas o que ele quis dizer quando escolheu justo esse. Um cara que lê não dá um livro por acaso. E escreve dedicatórias, sempre.


Entenda que ele precisa de um tempo sozinho, mas não é porque quer fugir de você. Invariavelmente, ele vai voltar –com o coração aquecido– para o seu lado.


Demonstre seu amor em palavras, palavras escritas, falas pausadas, discursos inflamados. Ou em silêncios cheios de significados; nem todo silêncio é vazio.


Ele vai se dedicar a transformar sua vida numa história. Deixará post-its com trechos de Tagore no espelho, mandará parágrafos de Saint-Exupéry por SMS. Você poderá, se chegar de mansinho, ouví-lo lendo Neruda baixinho no quarto ao lado. 

Quem sabe ele recite alguma coisa, meio envergonhado, nos dias especiais. Um cara que lê vai contar aos seus filhos a História Sem Fim e esconder a mão na manga do pijama para imitar o Capitão Gancho.


Namore um cara que lê porque você merece. Merece um cara que coloque na sua vida aquela beleza singela dos grandes poemas. Se quiser uma companhia superficial, uma coisinha só para quebrar o galho por enquanto, então talvez ele não seja o melhor. Mas se quiser aquela parte do “e eles viveram felizes para sempre”, namore um cara que lê.


Ou, melhor ainda, namore um cara que escreve.

16/08/2011

Internet: amiga ou vilã dos livros?

Fonte: Livros e Afins - 22/06/2011


Este artigo é de responsabilidade do articulista convidado Éber Sander, autor de autor de Perguntas Indiscretas e que, em agosto, lança Eu Morri Faz Tempo.

Muito se tem discutido sobre a influência da internet nos hábitos dos brasileiros. No tocante a literatura seria a internet vilã ou amiga dos livros?
Para iniciarmos a reflexão é preciso antes de tudo saber que a internet firmou os pés no Brasil por volta de 1995, ou seja, há apenas 16 anos. 

Historicamente é quase nada. Ano após ano o acesso a internet foi aumentando em nosso país. E continua a aumentar.

Os brasileiros tem passado mais horas em frente ao computador navegando na internet, do que assistindo TV.

Para os amantes dos livros existem diversas opções de livrarias virtuais. De qualquer lugar do país é possível adquirir o livro desejado e aguardar a entrega no conforto do lar. Existem ainda dezenas de sebos virtuais, onde é possível encontrar verdadeiras obras de arte a um preço extremamente acessível.

Vale lembrar também dos sites de relacionamento específicos para os amantes das letras, tais como: Skoob (http://www.skoob.com.br/) e o Livreiro (http://www.olivreiro.com.br/), que agregam em único espaço internautas fascinados pelos livros.

Há ainda diversos sites de jornais do país, desde a pequenina cidade até as grandes metrópoles. Impossível não estar por dentro do que acontece ao nosso redor!

Muitos escritores aproveitam a internet para divulgar suas obras e seus pensamentos, seja através do Twitter, seja através dos blogs, onde a escrita não fica limitada a um número de páginas.

Portanto, a internet veio para ajudar a literatura e não para tomar o lugar dela. Até mesmo porque para usá-la é preciso fazer uso da leitura e da escrita, diferentemente da TV, onde não exercitamos nem a leitura, nem a escrita de forma crítica. Só por isso, já vale a pena passar mais horas na internet do que em frente a TV.

05/08/2011

Ler deveria ser proibido?

Pessoal, desejo um bom fim de semana para todos! Deixo aqui um vídeo muito, muito legal sobre a leitura, vale a pena conferir!!



Campanha de incentivo à leitura idealizada e produzida por: Deborah Toniolo, Marina Xavier, Julia Brasileiro, Igor Melo, Jader Félix, João Paulo Moura, Luciano Midlej, Marcos Diniz, Paulo Diniz, Filipe Bezerra. (Alunos do 2ºano - turma pp02/2003 - do curso de Publicidade e Propaganda da UNIFACS - Universidade Salvador).  Contatos: debytoniolo@hotmail.com, marina.x.r@gmail.com.br Adaptação do texto de Guiomar de Grammont.

03/08/2011

Na era do Google, livros ainda ajudam a tomar conta da casa

Fonte: Ig Delas - Por Juliana Mariz - 22/07/2011


Livros com dicas domésticas,
organização e etiqueta invadem
as prateleiras
A “literatura da dona-de-casa” continua despertando o mesmo interesse dos tempos da vovó mesmo na era do Google e You Tube. Saber como pregar botão, tirar mancha de batom ou manter formigas longe da cozinha é indispensável para quem mora sozinho, está casado ou vive com a turma. A questão, atualmente, não é ser uma pessoa prendada, mas manter o mínimo de controle sobre essa entidade superior: a casa. E quanto mais fontes ao alcance da mão melhor, certo?


Nos últimos meses, dois lançamentos espicharam as gôndolas onde ficam os livros de dicas domésticas, organização e etiqueta. São eles: “Como Pregar um Botão e Outras Coisas Úteis que Sua Avó Sabia Fazer” (Civilização Brasileira), da jornalista Erin Bried; e “Dicas de Quase Tudo” (Editora Agir), da apresentadora Ana Maria Braga. “Estes livros não têm uma venda de best seller, mas a procura é constante”, afirma Luciane Ferreira Dorigam, responsável pelas compras da Livraria Cultura.


Baseado em dicas dadas por um grupo de vovós experts em prendas domésticas, o livro de Erin tem subtítulo certeiro: “Um Guia para Economizar, Aquecer o Coração e Simplificar a Vida.”

Confira dicas práticas que você pode encontrar nos livros:
 
- “Sebastiana Quebra-Galho” - Nenzinha Machado Salles
- “Como Pregar um Botão e Outras Coisas Úteis que Sua 

    Avó Sabia Fazer”  - Erin Bried
- “Dicas de Quase Tudo” - Ana Maria Braga



Lançado na década de 70, o livro escrito por Nenzinha Machado Salles é um clássico da literatura da dona-de-casa. Nascida em 1921, Nenzinha Machado Salles era exímia dona de casa que se aprimorou com Sebastiana, a empregada da família por mais de uma década.

Os quebra-galhos foram reunidos e viraram uma bíblia sobre o assunto. Depois foi reeditado com o título “Sebastiana Quebra Galho da Mulher Independente”.

Até mesmo Clarice Lispector se debruçou sobre o tema “frugal”. “Correio Feminino” é o livro que copila dicas escritas por Clarice como “ghost writer”. É dela o trecho: “A boa dona de casa é a que sabe dar ordens e acompanha de perto sua execução. É a que mantém limpeza e a ordem … E a que faz de sua casa o lugar de descanso do marido e dos filhos, onde eles se sentem realmente bem, à vontade e são bem tratados. O melhor lugar do mundo.”


A jornalista americana 
Erin Bried compilou dicas 
preciosas em livro
Jornalista da revista americana Self, ela copilou dicas prosaicas – daquelas que você tem vergonha de perguntar até para sua melhor amiga – depois de ter errado feio na preparação de uma sobremesa para os amigos. “Resolvi fazer uma torta de morango com ruibarbo. Depois de pesquisar em todas as lojas do Brooklyn atrás do ingrediente, finalmente encontrei o que eu pensava ser a folha. Acontece que eu tinha confundido e comprei acelga. Conclusão, ficou horrível. A experiência me fez questionar: quais outras habilidades essenciais para a vida eu me esqueci, ou nunca aprendi?”


Erin defende que ter conhecimento das prendas domésticas nos ajuda a economizar tempo e dinheiro. “Muitas vezes pensamos que estas tarefas simples, como costurar um botão ou cozinhar o jantar, irá tomar mais tempo ou energia do que realmente levam. Mas se você sabe o que fazer e como fazê-lo, tudo se torna muito mais fácil. E o mais importante, é divertido”, diz ela.

“Por que pagar para os outros fazerem o que você pode fazer? Aprender estas habilidades básicas é tão fácil. Se eu pude fazer, você também pode”, completa. Depois de entrevistar dez vovozinhas, Erin questionou o que os vovôs poderiam ensinar e escreveu “Como Fazer Fogo – E Outras Coisas Manuais que Seu Avô Sabia”, sem previsão de lançamento no Brasil.


Versão brasileira


     Dicas para quase tudo 
     no best-seller da apresentadora 
     Ana Maria Braga
Referência no universo doméstico, a apresentadora Ana Maria Braga reuniu experiência pessoais e sugestões enviadas por fãs no livro “Dicas de Quase Tudo” (Editora Agir), lançado há quatro meses. Ela não se limita à cozinha e copa e fala também de assuntos contemporâneos como conservação do celular, internet segura e preservação do meio ambiente.

Viviane Pontes, criadora do blog Decoeuracao, é outra caçadora eficiente de dicas para a casa. “Eu tenho dúvidas domésticas todos os dias. Acho que a experiência humana de alguém que confio conta mais. Então tenho meus ‘especialistas’. Consulto meu pai sobre assuntos de plantas, minha avó sobre manchas nas roupas, meu sogro arquiteto sobre técnicas e conservação de móveis”, conta. “E dou uma ‘Googlada’ também, além de recorrer ao (livro) Sebastiana Quebra Galho”, completa.