30/05/2011

A importância da biblioteca escolar

Por José Guimarães Antunes

Promover a articulação dos conteúdos curriculares e dos saberes escolares com as exigências da globalização desenvolvendo nos alunos hábitos de cidadania activa, consciente, crítica e reflexiva são algumas das principais missões da Escola e que devem ser concretizadas em articulação permanente com a biblioteca escolar.



Para além de ser fundamental à consecução do Plano Anual de Actividades, a biblioteca escolar é imprescindível para o desenvolvimento de competências contribuindo para a formação integral das crianças e dos jovens.

O acervo por si disponibilizado em variadíssimos suportes faz com que as funções informativa, educativa, cultural e recreativa, em muitas situações complementares, sejam essenciais ao cumprimento das metas e dos objectivos de aprendizagem dos alunos.


Actualmente, verificamos que a biblioteca disponibiliza muitos computadores ligados à Internet onde os jovens vão acedendo à informação, recorrendo cada vez menos aos livros. De facto, no seu dia-a-dia, estão sujeitos a um significativo incremento dos fluxos de informação digital, usam cada vez mais a “Web Social” e criaram a ilusão de que o conhecimento é fácil, estando bem ao alcance de todos. 
Basta clicar com o rato e os espaços e os tempos destinados à reflexão e à abstracção vão-se tornando cada vez mais raros. A informação que lhes vai chegando é cada vez em maior quantidade e alguma dela chega a ser perigosa e até perversa.

Neste contexto, compete à biblioteca dar o seu contributo na promoção da literacia da informação, ajudando ao desenvolvimento da capacidade de transformar a informação em conhecimento porque a maior abundância de informação
e a maior facilidade de acesso à mesma não garante indivíduos mais bem formados/informados.

Entretanto, devemos considerar que o direito à informação é um direito de todos e que sem ele não é possível concretizar-se a inclusão plena do indivíduo na sociedade. Assim, por um lado, todo aquele que não tem acesso democrático à informação, à cultura e ao conhecimento encontra-se, à partida, excluído ou diminuído da sua participação social efectiva. Por outro, todo aquele que recebe a informação sem ser devidamente “filtrada” correrá riscos e crescerá com pouca autonomia e espírito crítico e com pouca liberdade.


Para além de favorecer os sentimentos de pertença a uma cultura e de facultar o conhecimento de outras culturas e de outras realidades, a biblioteca escolar constitui-se como espaço dinamizador e integrador da Escola, pois promove a partilha e a igualdade de oportunidades através da democratização da informação, fomentando assim a inclusão e desempenhando um papel fundamental na superação das desigualdades.


Hoje, a biblioteca escolar tem uma função relevante na luta contra a iliteracia, apoiando os utilizadores no acesso à informação útil, prática e aplicável. Esta sua nova função significa que esta não pode continuar a ser perspectivada como um centro de recursos, mas deve assumir-se como um centro de aprendizagem ao serviço do currículo, integrada no processo de ensino-aprendizagem e desenvolvendo o seu plano de acção em articulação com os departamentos curriculares. Deste modo, gerar-se-ão mais-valias comportamentais, formativas e de aprendizagem nos alunos de modo e desenvolver-lhes competências para a aprendizagem ao longo da vida.

Você sabe o que é um Nativo Digital?

Publicada em 18/05/2009

Elis Monteiro

Nativos digitais já estão dominando o mundo e transformando a forma como o ser humano se comunica

Eles são capazes de ver TV, ouvir música, teclar no celular e usar o notebook, tudo ao mesmo tempo. Ou seja, são multitarefas. Adoram experimentar novos aplicativos, têm facilidade com blogs e lidar com múltiplos links, pulando de site em site, sem se perder. Interagem mais uns com os outros; "acessam-se" mutuamente para depois se conhecer pessoalmente. Esta é uma pequena descrição dos Nativos Digitais, termo que define os nascidos depois dos anos 80. Opondo-se a eles estão os Imigrantes Digitais, outra terminologia recente que engloba as pessoas que não nasceram na era digital mas que estão aprendendo a lidar com a tecnologia - ou, em alguns casos, até mesmo se recusando a aceitá-la. 

Expressão cunhada em 2007 por Marc Prensky, pensador e desenvolvedor de games, o termo Nativos Digitais está sendo estudado como um fenômeno que pode causar impactos inclusive no mercado de trabalho. Hoje, essa geração representa 50% da população ativa (pessoas de até 25 anos), mas em 2020, com o crescimento demográfico, eles serão 80% da população. 

"Se você quer entender a Geração Internet, você precisa entender o futuro. E meu filho frequentemente me lembra que o futuro é agora". A frase, de autoria de Don Tapscott, autor de "Grown up Digital" e também do famoso "Wikinomics" resume bem o novo conflito de gerações. Isso porque a nova geração, também chamada de Y - termo rechaçado pela maioria dos pesquisadores - já se apropriou dos meios digitais e, agora, se comunica e se informa, age e até pensa de forma "diferente". 

Luíza Mitke, hoje com 11 anos, é a típica representante da geração de Nativos. Assim como a maior parte dos seus amigos, ela passeia com naturalidade por redes sociais online, usa MSN, celular, tem email e blog - ou seja, domina a internet. 

Para Luíza, a rede é apenas mais um meio, não uma assustadora novidade. Ao mesmo tempo, saca tanto de computador que foi a responsável pela inclusão digital da mãe e da avó. Dos meios "analógicos" comuns à geração anterior, só conhece a máquina de escrever, que no entanto nunca chegou a usar. Carteiro, então, ela só viu passar na rua. 

- Realmente não sei como mandar uma carta direitinho - diz ela.
Luíza faz parte, diz o estudioso do assunto e consultor em Inovação e Tecnologia Volney Faustini, da geração "banhada em bits", que está promovendo uma mudança radical na forma como o ser humano interage com o mundo. 

De acordo com Faustini, é possível um imigrante digital conviver em harmonia com a nova geração, mas este nunca vai perder o "sotaque":
- Como imigrantes digitais, falamos com sotaque. O nativo fala a linguagem digital com naturalidade e pertinência. Ele sabe inclusive ler na tela do computador. Já o imigrante não tem a mesma desenvoltura, a mesma fluência. Não à toa, este ainda imprime emails para ler - diz o estudioso.

O especialista Volney Faustini cita uma analogia para explicar como um imigrante digital pode lidar bem (ou não) com a nova geração Web: um estrangeiro que chega no Brasil pode aprender a falar português fluentemente (com sotaque) e se sentir à vontade, "em casa", ou viver aqui 40 anos e nunca perder o sotaque carregado e continuar se sentindo um peixe fora d´água. Se é possível uma boa convivência? Sim, mas as diferenças vão continuar existindo.
O jornalista Fausto Rêgo, pai de Luíza, é daqueles que se enturmaram, a ponto de ter mais características de nativo digital que de imigrante. 

- Apesar de ser um "nativo analógico", fiz bem a transição. Me encantam as possibilidades da tecnologia, a quebra de hierarquias gastas, a capacidade de fazer mais com menos. E isso tudo mesmo me assumindo um sujeito linear e sequencial, que faz uma coisa de cada vez. Minto: até faço, mas me incomoda dar conta de várias tarefas ao mesmo tempo. Deve ser bug meu.
Para Faustini, não é bug não, é o uso da tecnologia que faz com que o imigrante se adeque à nova realidade. Ele cita o estudioso Malcolm Gladwell, para quem são necessárias dez mil horas para que qualquer pessoa tenha fluência em qualquer coisa - como idiomas em geral e a linguagem digital em particular:
- O nativo está mais pronto para a tecnologia. Estudos indicam que nossos filhos têm plasticidade cerebral diferente da nossa. O que pode explicar que ele seja capaz de fazer muitas coisas ao mesmo tempo, como assistir TV com fone no ouvido e teclando no PC - diz Faustini. 

O pensador e especialista em computação Silvio Meira cita o "tecnólogo" inglês Douglas Adams para explicar a geração nativa digital. Disse Adams que "tudo o $existe quando você nasceu é absolutamente normal para você".
- Tenho email há 28 anos. Não sou imigrante, faço parte da tecnologia. A questão não é de idade ou de percepção, e sim de entender a mudança de cenário - diz Silvio. 

Lembra ele que a tecnologia é rápida demais, e que é necessário correr atrás.
- A cada 18 meses dobra a capacidade de processamento dos micros; a cada 12 meses, a de armazenamento; já a velocidade de transmissão de dados dobra a cada nove meses, enquanto o preço de tudo permanece o mesmo. Na hora em que se percebe isso, é preciso se perguntar: "onde estou?". Muita gente espera que a tecnologia esteja aí pelo menos por dez anos até se adaptar a ela, como foi com a internet. Aí vem uma geração nova que vai te passar para trás e tomar seu lugar - diz.
É preciso se abrir para as novas tecnologias e as novas formas de pluralidade

Outra que não se encaixa na categoria "imigrante" é Ana Cristina Fiedler, mãe de Bruno, de 10 anos. Embora admita que o filho é mais capaz de lidar com muitas coisas ao mesmo tempo, ela cria para si uma nova categoria: a dos "migrantes pendulares". 

- Não diria que sou uma imigrante, mas lidando com a internet a gente aprende todo dia. Talvez eu seja a tradicional migração pendular, que a gente viu nos livros escolares sobre as pessoas que moravam em Niterói e trabalhavam no Rio: vamos e voltamos todos os dias - diz ela.
A internet surgiu na vida de Ana quando ela estava entrando no mercado de trabalho e alterou completamente a forma como ela exercia suas funções.

- Isso criou uma janela de oportunidade para quem estava começando. Lembro que, naquele período, muitas vezes expliquei como as coisas funcionavam para chefes. Acho que esse aspecto é o mais interessante da internet: o F5 (tecla de "atualizar" no teclado) eternamente pressionado. Agora, por exemplo, estou tentando me adaptar a essas novas formas de comunicação via redes sociais e microblogs - diz. 

Redes que seu filho Bruno já domina e bem. Ele usa celular e internet todo dia, conversa no Orkut e no GTalk com os amigos, usa o Google para pesquisas mas sente falta de uma aproximação maior dos professores com a tecnologia, questão levantada por todos os especialistas. 

- Coordenadores de escola, educadores e diretores estão apáticos. A escola é teórica, mas o vetor digital, que não está sendo levado em consideração, transformou a sociedade de forma radical. É como afinar o violino no convés do Titanic - diz Faustini. 

Na opinião do educador Muniz Sodré, é errado pensar que a interatividade e o "digitalismo" são propriedades da máquina. E é assim que os professores pensam. 

- Este é um momento polifônico, de vozes que precisam se juntar. Os professores ainda estão num modelo criado no Século XIX, o de prisão e igreja, no qual o professor é um pregador e a interatividade é mínima. Mas a era polifônica obrigada que o ambiente seja interativo. Eles precisam se abrir para as novas tecnologias e as novas formas de pluralidade. 

Fonte: O Globo

27/05/2011

Livros na roça

Por Galeno Amorim
 
Ela jamais imaginou como um punhado de palavras impressas sobre pedaços de papel poderia mudar pra valer o rumo da vida dela e da família. Que ler é coisa importante e necessária, disso Simone nunca duvidou. Tanto é que se tornou professora e passou a vida tentando convencer alunos a não ter medo dos livros.

Só que na vida real... Bem, o certo é que na dela própria ainda não houvera, até então, nenhum acontecimento grandioso nessa seara das palavras. Nenhum que fosse, por si só, capaz de fazer algum incrédulo enxergar ali algum daqueles milagres que Simone tanto dizia que a só a leitura poderia operar no cotidiano de pessoas comuns como ela.

Isso até o dia em que ela decidiu mudar-se de São Paulo. Em vez da cidade grande, com suas mil e uma oportunidades, ela agora iria viver na roça. Primeiro, ela e o marido, Wilson, tentaram criar umas vacas. Deu em nada.

Em seguida, arriscaram plantar eucaliptos. Logo perceberam que também não era aquilo. Tampouco conseguiram arrumar quem aceitasse comprar a propriedade de um só alqueire, que já se consumia em dívidas.

Dada que era com os livros, a professorinha tentou um último recurso. E saiu em busca, na literatura técnica, de alguma coisa que pudesse salvar a única propriedade da família, que ficava no meio do mato, na zona rural de Santa Rita D´Oeste, interior de São Paulo.

Ela acabou, por fim, encontrando alguma coisa. Sobre... peixes. Mandaram, então, cavar um tanque no lugar. Dentro, despejaram tilápias e alguns pacus. E trataram de ler mais sobre o assunto. E tome mais livros, revistas, jornais...

Aquilo mudaria de forma definitiva a vida dos Vizenzi. Em pouco tempo, eles se tornaram fornecedores de filés de peixe congelados. Abriram mais tanques e enfiaram mais peixes lá dentro. E descobriram que poderiam transformar a Chácara N. S. Aparecida em um circuito de educação ambiental, com palestras e passeios ecológicos. Até isso eles foram encontrar nos livros.

Agora, Simone quer provar aos moradores de Aparecida do Bonito – povoado onde ela vive com o marido e Matheus, o filho de 13 anos do casal – que os livros podem mesmo fazer a diferença na vida de gente como eles. Até abriu uma bibliotequinha rural, que atende as 90 almas vivas do lugar.

Numa hora, ela dá aula de computação e internet. Noutras, empresta livros e fala como a literatura e seus personagens ajudam a modificar a vida de outras pessoas e dos lugares onde vivem.

Decididamente, boas histórias é o que não lhe falta...

26/05/2011

SERÁ DIFÍCIL ENCONTRAR UMA BIBLIOTECA PÚBLICA DAQUI A 15 ANOS

Fonte: Info Home

Por: Mike Shatzkin
Falei com um grupo em Montreal reunido pela Associação de Editores e pela Associação de Escritores de Quebec (de língua inglesa) num pequeno auditório na Biblioteca Atwater. Esta é uma biblioteca particular com mais de 100 anos e pouca ajuda governamental. (O artigo do Globe and Mail que me citou diz que ela é de 1828.) Ocupa um prédio que provoca muita nostalgia numa esquina do centro da cidade em frente a um pequeno parque e bem pertinho do antigo Montreal Forum, onde os Canadiens jogaram hóquei durante muitos anos (e eu tive a sorte de ver um jogo uma vez em 1958).

Eu podia decidir o assunto da conversa então falei o que eu acho que são os dois grandes temas das mudanças digitais na indústria editorial: vertical e global. Leitores desse blog já viram material sobre as duas coisas. Vertical se refere à especificidade do sujeito ou, se vocês preferirem, especificidade da audiência. Eu proponho que a publicação por assuntos - como são todos os livros das maiores editoras – é possível por causa das livrarias, que organizam os livros em prateleiras que fazem sentido aos clientes.

Um componente importante do argumento “vertical” é o inevitável declínio das livrarias. O que leva a isso é o inexorável movimento de clientes que deixam de comprar em livrarias para comprar on-line, combinado com a exigência da “massa crítica” por uma livraria. Algumas pessoas dizem que uma livraria vai fechar se perder 10% de seu negócio; eu normalmente digo 15%. Obviamente, isso varia de acordo com a loja. Assim como, obviamente, uma loja não precisa perder todo seu negócio, ou nem metade dele, antes de ser economicamente inviável e forçada a fechar.
Com uma livraria fechando, comprar nelas se torna algo menos conveniente. Com as livrarias restantes cortando o espaço nas prateleiras, elas se tornam menos atrativas. Tudo isso leva mais pessoas a comprar livros impressos via on-line ou mudar para e-books.

Como a habilidade mais importante para editoras voltada ao consumo de massa nos últimos 100 anos tem sido a capacidade de colocar seus livros nas prateleiras, esta é uma situação assustadora e todo editor precisa ficar atento.
A tendência global é mais encorajadora para pessoas no mercado editorial hoje e é especialmente mais feliz para editoras em pequenos países que distribuem conteúdo em idiomas mais comuns. Isso significa que editores canadenses tanto em inglês quanto francês devem se beneficiar muito da infraestrutura construída que os coloca mais perto de clientes em todo o mundo.
Em parte porque estávamos numa biblioteca e em parte porque alguém perguntou, eu também falei um pouco sobre o futuro das bibliotecas. O Toronto Globe & Mail informou dessa forma:

E as bibliotecas? “Bibliotecas não farão sentido no futuro”, disse Shatzkin no palco de uma biblioteca que foi fundada em 1828. Qualquer um com internet já consegue acessar muito mais livros do que os existentes numa biblioteca. Essa foi sua explicação. “Não existe a necessidade de um prédio.“ Haverá uma crescente necessidade de bibliotecários, no entanto; suas habilidades continuarão sendo necessárias, assim como a dos editores.

Essa citação foi realmente mal usada e é bastante desagradável para muitas pessoas. 

Então pensei que valeria a pena devotar um post ao assunto do futuro das bibliotecas.
Primeiro de tudo, a palavra central é “futuro”. Eu fico sempre repetindo que a infraestrutura para a criação e distribuição de livros impressos passou por mudanças orgânicas nos últimos 100 anos. É uma capacidade bastante desenvolvida. Editoras sabem como fazer livros impressos de forma correta e eficiente; sabem como encontrar e servir os clientes. Sabem como imprimi-los em escala e, nos últimos 12 anos, até mesmo um de cada vez. As exigências especiais que as bibliotecas possuem para preparar livros que devem ser guardados são realizadas de forma fácil pela Ingram e a Baker & Taylor.

A infraestrutura de livros impressos é como uma rede de estradas, calçadões e rodovias. Tudo chega aonde deve ir por caminhos bem estabelecidos.
Os e-books vivem num mundo diferente. Não existem autoestradas e, para muitos livros e muitos mercados, ainda não existe nem um caminho de terra batida. Ainda estamos abrindo caminho pelo meio da selva. Então, na maior parte, o mundo em que viveremos quando existir uma infraestrutura construída para e-books hoje só existe em nossa imaginação.

O mundo que estava descrevendo na seção citada e parafraseada da minha palestra é imaginário. É o esperado (pelo menos por mim), mas ainda não está aqui e eu não estava sugerindo que existe.

Em um mundo totalmente dominado pelos e-books, que eu espero estar vivendo em 10 ou 15 anos a partir daqui, os livros impressos não estarão extintos, mas serão exóticos ou impressos por motivos determinados. Não serão a forma comum ou normal de distribuir conteúdo como são hoje.

Também espero um mundo onde todos nós teremos acesso ou seremos donos de muitas telas. Através dessas telas, também teremos acesso a uma grande variedade de conteúdo que é sugerido pelo que a Internet oferece hoje. Meu palpite é que, nesse momento, nossa assinatura de “internet básica” (pense em “cabo básico”) incluirá acesso a mais livros do que existem na maioria das bibliotecas hoje, com grande quantidade de outros disponíveis por preços nominais e, às vezes, por taxas substanciais. 

Podemos ter de escolher uma tela (ou duas) para carregar conosco quando saímos de casa pela manhã (ou não – haverá telas para empréstimo no Starbucks e no hall do hotel e na sala de espera do seu dentista), mas teremos acesso a conteúdo para ela (ou elas) onde estivermos e a qualquer momento. Como a mesma tela vai nos trazer ferramentas para produtividade pessoal (o post do blog em que estou trabalhando, a lista de compras para o supermercado), provavelmente nos conectar com nosso dinheiro e, claro, conter nossa agenda e o endereço da festa que vamos essa noite, carregar “coisas” adicionais - um livro, uma revista, um jornal ou um caderno –será um anacronismo descartado.

O objetivo central – o objetivo fundador - de uma biblioteca, ao redor do qual outras coisas cresceram, é permitir o acesso a palavras impressas. Mesmo a menor biblioteca local quase certamente possui mais conteúdo guardado dentro de si do que qualquer indivíduo possui em sua casa e, na maioria dos casos, muito mais conteúdo do que estaria disponível em qualquer livraria. Foram os livros na biblioteca que inicialmente definiram-na como biblioteca e atraíram um grupo de patrocinadores. Quando todos nós tivermos acesso a mais livros na nossa tela do que em nossa biblioteca, qual será o objetivo dela?

Pelo menos, é nisso que estou pensando.

O amável Gary Price, bibliotecário e profissional de informação que passou mais tempo pensando sobre bibliotecas nessa ou em qualquer outra semana do que eu em toda minha vida, postou suas ideias sobre esse assunto por causa do parágrafo no Globe and Mail, mas indo muito além do que havia ali.

Gary levanta alguns bons pontos que valem a pena responder (sobre os quais ele postou mais ideias depois que eu li e escrevi sobre eles.)

Ele se questiona sobre qual tipo de biblioteca estou falando. Resposta simples: bibliotecas para o público geral. Bibliotecas que servem para profissionais – acadêmicos ou outros – estão fora do escopo dessas previsões.

Gary observa que as estatísticas mostram que as bibliotecas estão sendo usadas mais do que nunca. Não duvido disso, mas tampouco diminui minha crença sobre onde estarão as coisas em 10 ou 15 anos. Os jornais tiveram recordes de lucros no meio dos anos 90.

Gary observa que muitas pessoas usam a biblioteca para mais coisas do que livros, especialmente citando a missão de fornecer tecnologia educativa e fornecer acesso à internet, além de afirmar que nem todo mundo tem acesso a computadores e internet em casa. Na minha opinião, todas essas objeções serão quase que inteiramente discutíveis nos próximos 10 ou 15 anos. (Abrindo um parênteses. Nos EUA, pelo menos, os pobres serão quase que certamente deixados para trás. As pessoas são deixadas para trás pela mudança; nosso país permite que isso aconteça. Sou um democrata liberal; esse não é um aspecto dos Estados Unidos que me deixa feliz. As bibliotecas vão desaparecer mais rápido do que sua necessidade. Prevejo o que acredito que vai acontecer, não o que eu quero que aconteçam.)

Ele afirma que há coleções especiais, arquivos e outros materiais encontrados em bibliotecas e que estes, bem como alguns livros, podem não ser digitalizados no futuro próximo. Talvez seja verdade, apesar de que menos verdade em 10 ou 15 anos. Mas qual porcentagem das bibliotecas atuais tem esse tipo de material para mantê-las abertas (principalmente se estivermos falando de bibliotecas para o público em geral)? Uma pequena porcentagem, posso garantir.

Como fizeram outras pessoas, Gary aponta para os eventos da comunidade que acontecem numa biblioteca para se contrapor a meu argumento. Não acho que seja assim. Não disse que centros comunitários deixarão de existir. Há muitos centros comunitários que não são bibliotecas. O fato de que seja conveniente e importante para uma cidade usar sua biblioteca local para outros objetivos não significa que eles precisam manter a biblioteca para servir a outros objetivos. Na verdade, haverá muitos lugares vazios para serem usados como centros comunitários por todo o país daqui a 10 ou 15 anos.

Uma das pessoas em Atwater em Montreal me contou que estão reduzindo o espaço nas prateleiras para livros (como muitas livrarias, poderia acrescentar). Se chegarmos ao dia em que as lojas que ainda se chamam Barnes & Noble e tem uma prateleira com livros, sendo que as outras estão cheias de artigos de papelaria, brinquedos de luxo e e-readers, ela ainda vai ser uma livraria? Se a Atwater se converte com o tempo num centro comunitário com uma sala com alguns livros, ainda é uma biblioteca?
Não acho que seja assim. Outros podem discordar, mas eu chamaria isso de um argumento semântico, nada substancial.

O último argumento de Gary, que não tem nada a ver com o que eu falei, é ponderar o que acontece com os livros e outros materiais numa biblioteca se ela fecha. Ele espera que não terminem num lixão. Eu tenho uma posição sobre isso (se tiverem valor no momento, não terminarão), mas eu lembro que muitas bibliotecas hoje, ao contrário da situação de alguns atrás, não aceitam sua contribuição de livros quando você limpa suas prateleiras em casa. Elas não têm lugar para colocá-los e muitas, como Atwater, possuem menos espaço para livros. Eu sei que as bibliotecas tentam realizar vendas de livros usados para ganhar dinheiro, mas imagino que vamos encontrar bibliotecas que destruirão livros no futuro, por necessidade.

Eu apresentei a opinião em Montreal, que o Globe and Mail pegou e Gary aplaudiu, de que bibliotecários serão necessários muito depois que os edifícios deixarem de ser importantes. Isso vai exigir todo um novo modelo de negócios que ainda não foi inventado. Considero isso como parte da infraestrutura que teremos daqui a uma década, mas que só pode existir em nossas imaginações no momento.

Que tal escrever todo um post sobre bibliotecas e não mencionar a limitação da HarperCollins sobre o empréstimo de e-books? Talvez outra dia...

Mike Shatzkin tem mais de 40 anos de experiência no mercado editorial. É fundador e diretor-presidente da consultoria editorial The Idea Logical Co., com sede em Nova York, e acompanha e analisa diariamente os desafios e as oportunidades da indústria editorial nesta nova realidade digital. Organiza anualmente a Digital Book World, uma conferência em Nova York sobre o futuro digital do livro. Nos Arquivos de Shatzkin, o consultor novaiorquino aborda os desafios e oportunidades apresentados pela nova era digital. O texto de sua coluna é publicado originalmente em seu blog, The Shatzkin Files (www.idealog.com/blog)

19/05/2011

1 Mês do Blog da Biblioteca!

Hoje faz um mês que colocamos no ar o Blog da Biblioteca Municipal, foram 1573 acessos em 30 dias.

Isso mostra que a idéia foi bem aceita e principalmente que devemos seguir em frente. Ficamos muito felizes com o resultado e agradecemos de coração todas as mensagens de apoio a iniciativa.

Na verdade como dizem aqui: "foi de gosto"  e o objetivo maior era este mesmo, levar mais informações para nossos leitores, levar a Biblioteca para dentro das casas dos Vendanovenses e assim, aproximar e criar novos laços.

A internet, o blog é muito legal, mas queremos mesmo é que você visite a Biblioteca Municipal para conferir tudo que escrevemos aqui!

Estamos lhes esperando! Novamente obrigada!

Equipe da Biblioteca



13/05/2011

Edmir Perrotti: "Biblioteca não é depósito de livros"


Autor: Márcio Ferrari - Nova Escola - 11/05/2011

Desafios como a criação do hábito da leitura entre crianças e adolescentes, as novidades tecnológicas, a ampliação do acesso ao ensino e a sofisticação do mercado editorial levaram o professor Edmir Perrotti a uma nova concepção de biblioteca escolar e de seu papel pedagógico.

Com formação em Biblioteconomia - área que combinou com seu interesse em Educação -, ele é docente da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, conselheiro do Ministério da Educação para a política de formação de leitores e autor de livros infantis.
Perrotti orientou a implantação de redes de bibliotecas inovadoras nas escolas municipais de São Bernardo do Campo, Diadema e Jaguariúna, no estado de São Paulo. Nessas estações de conhecimento, como ele prefere chamá-las, a aprendizagem é estimulada pela presença de suportes tecnológicos, como o computador e a televisão.
Em um ambiente que convida as crianças a descobrir e aprofundar o prazer da leitura, os livros convivem com outras linguagens, como a do teatro. "Assim trabalha-se o contato com as informações e também o processamento delas", diz. Ex-professor da Universidade de Bordeaux, na França, e de escolas de Ensino Fundamental no Brasil, além de editor e crítico literário, Perrotti concedeu a seguinte entrevista a NOVA ESCOLA.


O que deve orientar a constituição de uma biblioteca escolar?
Edimir Perrotti
Ela não pode restringir-se a um papel meramente didático-pedagógico, ou seja, o de dar apoio para o programa dos professores. Há um eixo educativo que a biblioteca tem de seguir, mas sua configuração deve extrapolar esse limite, porque o eixo cultural é igualmente essencial. Isso significa trazer autores para conversar, discutir livros, formar círculos de leitores, reunir grupos de crianças interessadas num personagem, num autor ou num tema. A biblioteca funciona como uma ponte entre o ambiente escolar e o mundo externo.

De que modo se realiza essa abertura para fora da escola?
O responsável pela biblioteca tem o papel de articular programas com a biblioteca pública e fazer contato com a livraria mais próxima, além de estar atento à programação cultural da cidade. Há uma série de estratégias possíveis para inserir a criança num contexto letrado. A biblioteca precisa ter outra finalidade que não seja simplesmente a de um depósito de onde se retiram livros que depois são devolvidos. Nós não trabalhamos mais com a idéia de unidades isoladas. O ideal é formar redes, um conjunto de espaços que eu chamo de estações de conhecimento, cujo objetivo é a apropriação do saber pelas crianças.

Qual é a necessidade das redes?
Com o atual excesso de informações e a multiplicação de suportes, nenhuma biblioteca dá conta de todas as áreas em profundidade, até porque não haveria recursos para isso. O trabalho tem de ser compartilhado com outras unidades da rede, por meio de mecanismos de busca informatizados. Por exemplo: a escola guarda um pequeno acervo inicial sobre arte, mas, se o interesse for por um conhecimento aprofundado, recorre-se a uma biblioteca especializada na área. Hoje não há mais condições de manter o antigo ideal de bibliotecas enciclopédicas, que abarcavam todas as áreas de conhecimento.

Quem deve ser o responsável pela biblioteca?
Processar as informações e criar nexos entre elas é um ato educativo. O responsável, portanto, é um educador para a informação, que nós chamamos de infoeducador, um professor com especialização em processos documentais. Uma rede de bibliotecas tem uma plataforma de apoio técnico-especializado, que é a área do bibliotecário, um especialista em planejamento e organização da informação. Junto com ele trabalham os educadores, que são especialistas em processos de mediação de informação. Dar acesso ao acervo não basta para que o aluno saiba selecionar e processar informações e estabelecer vínculos entre elas.

De que modo se estimula a autonomia numa biblioteca?
É preciso desenvolver programas para construir competências informacionais. Isso inclui desde ensinar a folhear um livro — para crianças bem pequenas — até manejar um computador. Antigamente imperava a idéia de que os adultos é que deveriam mexer nas máquinas e pegar os livros na estante. Hoje deve-se formar pessoas que tenham uma atitude desenvolvida, não só de curiosidade intelectual mas de domínio dos recursos de informação. Essa é uma questão essencial da nossa época.

Por que a escola tem falhado em ensinar os alunos a processar informações?
Porque se acredita que basta escolarizar as crianças para formar leitores. De fato, a escola tem o papel de construir competências fundamentais para a leitura, mas isso não quer dizer formar atitude leitora. Hoje, o que distingue o leitor das elites do leitor das massas é que o primeiro tem um circuito de trocas. Ele participa do comércio simbólico da escrita, da produção à recepção: sabe o que é publicado, informa-se sobre os autores, encontra outros leitores etc. Já a criança da escola pública muitas vezes não tem livros em casa e só lê o que o professor pede. Ela não tem com quem comentar. Está sozinha nesse comércio das trocas simbólicas.

Qual é o mínimo necessário para o funcionamento de uma biblioteca escolar?
Estou convencido de que é a pessoa que trabalha ali, mediando relações entre a criança, a informação e o espaço. Não precisa ser alguém superespecializado, mas que compreenda a função da escrita e da imagem e que saiba qual é a importância daquilo na vida das pessoas. Assim, a compra de livros seguirá um critério de escolha consciente. É claro que é bom construir um ambiente agradável e funcional, mas não é indispensável, porque a leitura não depende das instalações da biblioteca; ela se dá em qualquer lugar.

Quem deve escolher o acervo?
Nós temos trabalhado um modelo em que a escolha é feita por todos os que participam dos processos de aprendizagem: professores, coordenadores, diretores e alunos. Formulários são colocados à disposição para que sejam feitas sugestões de compra. O infoeducador não só coleta esses dados como divulga, por meio dos quadros de aviso, as informações sobre lançamentos que saem na imprensa e na internet. Depois, ele vai analisar os pedidos, separá-los em categorias — livros importantes para os projetos em andamento, leituras de informação geral ou complementares etc. — e, com base nessas listas, a escolha é feita de acordo com os recursos disponíveis.

Como comprometer o aluno com a organização e a manutenção da biblioteca?
Ele participa da escolha do acervo e também pode estar pessoalmente representado nele, por meio de livros que ele escreve e de documentos de sua passagem pela escola. Uma parte do acervo vem da indústria cultural e outra é produzida internamente, com documentos e relatos referentes à história da instituição. Formar um repertório de dados locais cria relações com as informações universais.

Descreva a biblioteca escolar ideal.
É aquela que possui todo tipo de recurso informacional, do papel ao equipamento eletrônico. O espaço é construído especialmente para sua finalidade e de acordo com quem vai usar. Se o público majoritário é infantil, a disposição dos móveis e do acervo deve permitir que a criança se mova com autonomia. É preciso ser um local acolhedor, mas que empurre rumo à aventura, porque conhecer é sempre se deslocar.

Por que se diz que os jovens não gostam de ler?
Os interesses mudam na passagem da infância para a adolescência e a leitura que era feita antes já não interessa tanto, mesmo porque cresce a concorrência de outras mídias. Essa é uma transição crítica e ainda não foram definidas ações específicas para promover a leitura nessa faixa etária. Os adolescentes identificam o livro com as tarefas da escola, que reforça essa percepção porque raramente sai da abordagem instrumental da leitura. E no âmbito social, entre os amigos, a leitura não está presente. Mesmo assim, essa fase é a das grandes paixões. Portanto, há um espaço enorme para promover a leitura entre os jovens.

É possível formar leitores por meio de políticas públicas?
O problema é saber que caráter elas têm. Eu não concordo com estratégias que pretendam ensinar os alunos a gostar de ler. A função do poder público é criar ambientes que dêem condições de ler, tentar despertar as crianças para as potencialidades da escrita, prepará-las para as competências leitoras — enfim, providenciar para que seja constituída a trama que sustenta o ato de ler. Mas gostar de ler é questão de foro íntimo, não de políticas públicas.

A escola deve obrigar um aluno a ler livros e freqüentar bibliotecas mesmo que ele não goste?
Não se pode deixar de perguntar por que esse aluno não gosta de ler. Ele teve uma relação negativa com a situação de aprendizagem? Ninguém lê em casa? Tem dificuldades de visão? Não domina o código? Não tem circuitos culturais a sua volta? Tudo isso pode e deve ser trabalhado. Agora, se ele teve apoio para experimentar a prática da leitura e prefere fazer outras coisas, não adianta forçar. É claro que não estou falando da leitura funcional, indispensável para a vida diária. Nesse caso, é obrigatório negociar com a criança o "não querer ler".

É melhor ler literatura de má qualidade do que não ler nada?
A pergunta já supõe que de fato existe uma literatura de má qualidade. Há leitores que são capazes de voar longe com um suposto mau livro, assim como há muitos trabalhos escolares que se utilizam de grandes textos, mas sufocam o interesse de aprender. Por outro lado, não é possível deixar o gosto do leitor imperar sozinho. É fundamental operar mediações entre as crianças e uma literatura que tenha condições de produzir significações importantes.

O uso do livro em sala de aula está em decadência?
Ele está aquém do que gostaríamos que fosse e também do que seria necessário. Mesmo assim, o livro está entrando nas escolas numa medida que não entrava, nem que seja por meio das distribuições feitas pelo Ministério da Educação e as secretarias estaduais e municipais. Há 50 anos nem sequer se sonhava com isso no Brasil. O problema maior é o de mau uso desses livros, com estratégias impositivas de leitura. Muitas vezes falta penetrar no avesso dos textos com as crianças e realmente mergulhar numa viagem de conhecimento, de imaginação.

Até que ponto as bibliotecas levam ao hábito da leitura?
Eu participei de uma pesquisa feita com as crianças usuárias das redes de biblioteca que ajudei a implantar no estado de São Paulo. Queríamos saber se elas estão incorporando a leitura a sua prática de vida e não apenas como lição de casa. Qual é a constatação? Houve um grande avanço e as crianças se mostram muito mais familiarizadas com os livros, mas infelizmente ainda não usam as novas competências para trocas culturais. Por exemplo: não têm o hábito de comprar e emprestar livros. A prática escolar não se transferiu para a prática cultural.

Há perspectiva de mudança para essa situação?
Eu vejo uma tendência de funcionalização. Os meios eletrônicos trouxeram, aparentemente, uma presença maior da escrita, mas o uso que se faz dela é cada vez mais abreviado. Vai-se transformando a língua no elemento mínimo para a transmissão da mensagem. Nós estamos a anos-luz de formar pessoas que, ao cabo do período de escolaridade, vão se relacionar com a escrita como uma ferramenta de conhecimento e de experiências estéticas, numa dimensão não pragmática. Restringir as ferramentas de linguagem a sua função utilitária é retirar de nós mesmos aquilo que nos humaniza — a capacidade de dizer de uma forma articulada. As novas bibliotecas têm de enfrentar essa questão.



Fonte: Blog do Galeno

12/05/2011

Enquanto tablets se expandem no Brasil, livro digital ainda engatinha


O GLOBO - Publicada em 11/05/2011 Paulo Justus

SÃO PAULO. Enquanto a base de proprietários de tablets, como o iPad, cresce em ritmo acelerado no Brasil, a oferta de livros digitais engatinha, devido a obstáculos que vão da renegociação de direitos autorais à preocupação com pirataria. Paulo Rocco, dono da editora Rocco, conta que alguns agentes cedem os direitos autorais para o livro digital por apenas dois anos, a título de experiência.

A editora começou a vender e-books há um mês. São 50 títulos, tirados dos contratos mais novos, que preveem a cessão de direitos para livros digitais.

Apesar das dificuldades, as editoras querem dar este ano um salto no número de e-books. A LP&M, hoje com 200 títulos, pretende chegar a 450. A Zahar quer passar de 300 para 450, e a Sextante, de 50 para 100.

- Se você procura um livro digital que não existe, a chance é maior que ele seja pirateado - diz Marcos Pereira, editor e sócio da Sextante. Download é pouco se comparado à venda impressa

O consumo ainda é modesto. O best-seller "A cabana", da Sextante, atingiu em seis meses mil downloads, contra 200 mil cópias em papel vendidas no período. Já "Comer, rezar e amar", da Objetiva, teve 75 downloads em abril,
contra 10 mil impressos vendidos.

Na Zahar, que produz livros digitais há dois anos, o faturamento destes é de apenas 0,1% do total. A editora, forte em livros acadêmicos, vende títulos por 30% menos que nas livrarias e oferece capítulos separadamente, por até R$ 1,90.

De olho na demanda futura, LP&M, Objetiva, Planeta, Record, Rocco e Sextante criaram em 2010 a Distribuidora de Livros Digitais (DLD). Ela entrou efetivamente em operação há um mês, com catálogo de 400 obras, vendidas por Saraiva e Livraria Cultura e preço 30% menor que a versão em papel. Roberto Feith, diretor-presidente da Objetiva e presidente do Conselho da DLD, aposta na forte expansão quando os e-readers forem acessíveis à classe média.

Na Ediouro, a ênfase ainda é nas classes A e B. Ela tem hoje 200 livros digitais. Já a Record vem apostando em títulos para o público jovem.


Leia mais sobre esse assunto em:
http://oglobo.globo.com/tecnologia/mat/2011/05/11/enquanto-tablets-se-expandem-no-brasil-livro-digital-ainda-engatinha-924431592.asp

11/05/2011

A causa e as boas histórias de uma gente que lê

Fonte:Blog do Galeno

O que fazer, afinal, para ganhar mais apoiadores para essa nossa boa causa do livro e da leitura?

Foi justamente essa questão que, por sinal, continua a tirar o sono de muita gente boa por este mundão afora que deu o tom na principal mesa-redonda no primeiro dia da Feira do Livro de Bogotá, certamente uma das mais charmosas das Américas.

Cada vez mais se aponta por aí a necessidade de monitorar e avaliar melhor, mais e com maior profundidade o impacto dos projetos e das políticas de leitura na vida das pessoas. Econômico, social ou seja lá o que for. Números, sim. Indicadores. Vale tudo mesmo para conquistar mentes, corações e... bolsos. É assim que a militância do livro e da leitura ganhará adesões e apoios importantes, convencendo de um jeito ou de outro os donos de todas as chaves de cofre do mundo que têm, enfim, o dever de bem zelar por eles. E fazer com que se compreenda por que se deve investir mais e mais nesta área. E por que investimentos em educação e cultura e, particularmente, em livros e leitura é que resultam em desenvolvimento social e econômico. E não o contrário.

Eu mesmo falei muito disso hoje por aqui. Mas como ninguém é de ferro, falo, agora, neste espaço, sobre uma outra boa maneira. Nada cartesiana, é verdade, mas nem por isso menos importante. É esse jeito quase quixotesco de sair por aí, como um caixeiro-viajante da leitura, para contar aos quatro ventos histórias de gente que tem dado belas viradas na vida graças à leitura (ainda que seja só se descobrindo, o que, convenhamos, não é pouco!).

Não tem sido, aliás, outra a finalidade deste espaço, que, desde janeiro, se dedica exclusivamente a desfilar um punhado de crônicas com histórias da gente do povo que foi, leu, gostou e nunca mais foi o mesmo. E como, além de colecionar, o que eu gosto mesmo é de espalhar por aí essas histórias, hoje recorro aos bons amigos do Blog para fazer o apelo:

- Me mandem, por favor, dicas de boas histórias de pessoas que, graças aos livros, têm ajudado a construir uma vida melhor, a começar pela sua própria.

Essas histórias serão relatadas aqui. Em seguida, vão acabar parando nas páginas de jornais e revistas. Essas histórias de gente que lê e que faz o mundo ficar melhor, também tenho dito por aí, têm um poder mágico e avassalador. Valem mais do que mil discursos!

Escritoras capixabas se encontram na Biblioteca Pública Estadual

Durante três dias de maio a Biblioteca Pública Estadual Levy Cúrcio da Rocha (BPES), localizada na Praia do Suá, abrigará a segunda edição do "Encontro de Escritoras Capixabas", realizado pela Academia Feminina Espírito-santense de Letras (AFESL), com apoio da Secretaria de Estado da Cultura (Secult) e da Prefeitura Municipal de Vitória. 


A abertura do encontro será na quarta-feira (11), às 14h30, com a "Contação de História", coordenada pela professora Silvana Sampaio. Logo após, às 18h30, haverá a apresentação "Vivo porque escrevo", com coordenação da escritora Wanda Maria Bernardi Capistrano.

O ciclo de palestras fechará a programação do dia: "Um olhar histórico sobre mulheres artistas do teatro revista e cantoras do rádio. Tendências da época?", com a professora Leá Brígida Rocha, será realizado às 19 horas; "A mulher leitora: também os pincéis lhe dão cor", com o professor Santinho Ferreira de Souza, às 20 horas; e "Musas em movimento", com a professora Sônia Maria da Costa Barreto, às 21 horas. Todas essas palestras serão mediadas pela jornalista e escritora Thelma Maria Azevedo.

Na quinta-feira (12), das 18 às 19 horas, acontecerá o lançamento de várias obras inéditas de escritores capixabas. Entre os títulos destacam-se "Esmaltes e camafeus", de Giully Furtado; "Arcano dezenove", de Renata Bomfim; "Fragmentos de mim", de Marlusse Pestana Daher; "O papel da mulher e a mulher de papel: vida e obra de Maria Antonieta Tatagiba", de Karina de Rezende Tavares; "O parque das felicidades", de Bernadette Lyra; "O teatro se subjuga ao poder? - idéias esquartejadas sempre renascem", de Ester Abreu; e "Recordação de Muqui - Cidade Menina", também de Ester Abreu.

Com o lançamento dos livros, será realizada a posse da escritora Bernadette Lyra como Acadêmica Correspondente da Academia Feminina Espírito-santense de Letras. Haverá ainda a exibição do documentário "Judith, a senhora cidadã", produzido por Susi Nunes, no auditório da biblioteca. 

O ciclo de palestras continua na quinta-feira com os temas "A leitora de Italo Calvino: da presença feminina no romance à continuidade das histórias", às 19 horas, com a professora Rita de Cássia Maia; "Segredos e mentiras: como se tecem as histórias das mulheres", às 20 horas, com a professora Bernadette Lyra; "A mulher na academia: histórico e desafios", às 21 horas, com o professor Francisco Aurélio Ribeiro. A mediadora será Josina Nunes Drumond.

A sexta-feira (13) contará com mais quatro palestras, mediadas pela professora Regina Menezes Loureiro. Os assuntos serão "Vozes da agonia: Joana D'Arc pelos vieses do romance e da dramartugia", às 19 horas, com a escritora Renata Bomfim; "As várias frentes de Maria Helena Teixeira de Siqueira: escritora, mãe, mulher", às 19h40, com o professor Anaximandro Amorim; "Zilma Coelho Pinto, A louca do Itapemerim", às 20h20, com a professora Alise Therezinha Cypreste; e para encerrar, "A presença da música no limiar da Academia Feminina Espírito-santanse de Letras", às 21 horas, com a presidente de honra da AFESL, Maria das Graças Silva Neves.

Programação
- Quarta-feira (11)
Das 14h30 às 15h30min
Contação de História
Coordenação: Professora Silvana Sampaio. Membro da AFESL.

Das 18h30 às 19 horas
Apresentação: Vivo porque escrevo.
Coordenação: Wanda Maria Bernardi Capistrano Alckmin. Membro da AFESL.

Das 19h às 22 horas
Palestras mediadas por Thelma Maria Azevedo. Membro da AFESL. Jornalista. Escritora. Criadora e mantedora na internet do site www.poetas.capixabas.nom.br

19 horas
Um Olhar Histórico Sobre Mulheres Artistas do Teatro Revista e Cantoras do Rádio. Tendências de Época?
Palestrante: Professora Léa Brígida Rocha de Alvarenga Rosa. Membro da AFESL. Doutora em Ciências Humanas e Mestre em História. Professora aposentada da UFES. Escritora.

20 horas
A Mulher Leitora: Também os Pinceis lhe dão Cor.
Palestrante: Professor Santinho Ferreira de Souza. Professor da UFES. Doutor em Estudos da
Literatura/ PUC. Coordena a RELer&fazer - Rede de Experiências em leitura.
21 horas
Musas em Movimento.
Palestrante: Professora Sônia Maria da Costa Barreto. Membro da AFESL. Doutora em Comunicação e Semiótica PUC/SP. Mestre em Educação/ UFES. Pesquisadora/UFES. Escritora.

Quinta-feira (12)
Das 14h30 às 15h30
Contação de História
Coordenação: Professora Silvana Sampaio. Membro da AFESL.

A partir das 18 horas
Lançamentos - obras inéditas de escritores capixabas.

Das 18h30 às 19 horas
Recital
Coordenação: Professora Maria Filina Salles de Sá de Miranda. Membro da AFESL.

Das 19 às 22 horas
Palestras
Mediadora: Josina Nunes Drumond. Membro da AFESL, AEL e AFEMIL. Doutora em Comunicação e Semiótica/ PUC/SP e Mestre em Estudos Literários/Ufes. Membro da Federação Nacional dos Professores de Francês.

19 horas
A Leitora de Ítalo Calvino: da Presença Feminina no Romance à Continuidade das Histórias.
Palestrante: Professora Rita de Cássia Maia. Doutora em Literatura Brasileira.  Gerente do Sistema Estadual de Bibliotecas Públicas do Espírito Santo.

20 horas
Segredos e Mentiras: Como se Tecem as Histórias das Mulheres.
Palestrante: Professora Bernadette Lyra. Doutora em Artes/Cinema ECA/USP. Pós-Doutora pela Universidade René Descartes (Sorbone-França). Escritora.

21 horas
A Mulher na Academia: Histórico e Desafios.
Palestrante: Professor Francisco Aurelio Ribeiro. Membro da ALES e IHGES. Escritor. Bacharel em Direito e Letras Português - Inglês. Mestre e Doutor em Literatura Comparada. Escritor.

Sexta-feira (13)
Das 14h30 às 15h30
Contação de História
Coordenação: Professora Silvana Sampaio. Membro da AFESL.

Das 18h30 às 19 horas
Recital
Coordenação: Valsema Rodrigues da Costa. Membro da AFESL.

Das 19 às 22 horas
Palestras
Mediadora: Professora Regina Menezes Loureiro. Membro da AFESL, IHGES e Membro correspondente da Academia Cachoeirense de Letras. Editora do Informativo "As Acadêmicas". Escritora. Advogada.

19 horas
Vozes da Agonia: Joana D'Arc Pelos Vieses do Romance e da Dramaturgia.
Palestrante: Renata Bomfim. Membro da AFESL. Educadora Socioambiental. Mestre e Doutoranda em Letras/ Ufes. Escritora.

19h40
As Várias Frentes de Maria Helena Teixeira de Siqueira: Escritora, Mãe, Mulher.
Palestrante: Professor Anaximandro Amorim. Membro da AESL. Advogado. Escritor. Autor do site www.anaximandroamorim.com.br.

20h20
Zilma Coelho PIinto, "A Louca do Itapemirim".
Palestrante: Professora Ailse Therezinha Cypreste Romanelli. Membro da AFESL. Escritora.
Mestre em Educação/ Ufes.

21 horas
A Presença da Música no Limiar da AFESL - Academia Feminina Espírito-Santense de Letras.
Palestrante: Maria das Graças Silva Neves. Presidente de Honra da AFESL. Diretora- Presidente do Centro Musical Villa-Lobos. Membro da Academia Nacional de Música, AESL e IHGES.

02/05/2011

As 120 grandes obras da Literatura Brasileira, por Alfredo Bosi

O Museu da Língua Portuguesa pediu ao professor e acadêmico Alfredo Bosi uma lista de 120 grandes obras da Literatura Brasileira. Se você deseja conhecer melhor o Brasil, se deseja construir sua cultura literária, se deseja buscar emoções duradouras, comece logo a ler estes textos! 
Veja a lista abaixo e confira quantos você já leu!

1.1 Colônia – séculos 16, 17 e 18

1. Pero Vaz de Caminha - Carta a Dom Manuel (1500)
2. José de Anchieta - Autos e Poesias (1550)
3. Padre Manuel da Nóbrega - Cartas (1553)
4. Gabriel Soares de Sousa - Tratado descritivo do Brasil (1587)
5. Bento Teixeira - Prosopopéia (1601)
6. Frei Vicente do Salvador - História do Brasil (1627)
7. Padre Antônio Vieira - Sermões (1638-1695)
8. Gregório de Matos - Poesias – (ca 1680)
9. Manuel Botelho de Oliveira - Música do Parnaso (1705)
10.Antonil (pseud. de João Antônio Andreoni) - Cultura e opulência do Brasil (1710)
11.Nuno Marques Pereira - Compêndio narrativo do Peregrino da América (1718)
12.Academia Brasílica dos Esquecidos (1724) e Academia Brasílica dos Renascidos (1759)!
13.Cláudio Manuel da Costa - Obras poéticas (1768)
14.Basílio da Gama - O Uraguai (1769)
15.Fr. José de Santa Rita Durão - O Caramuru (1781)
16.Tomás Antônio Gonzaga - Cartas chilenas (1789?)
17.Tomás Antônio Gonzaga - Marília de Dirceu (l792)
18.Domingos Caldas Barbosa - Viola de Lereno (1798)
19.Silva Alvarenga - Glaura (1799)

1.2 Século 19 – Romantismo, Realismo, Parnasianismo e Simbolismo

20.Gonçalves de Magalhães - Suspiros poéticos e saudades (1836)
21.Martins Pena - O juiz de paz na roça (1838-1842)
22.Joaquim Manuel de Macedo - A moreninha (1844)
23.Gonçalves Dias – Primeiros Cantos (1846)
24.Gonçalves Dias – Segundos Cantos e Sextilhas de Frei Antão (1848)
25.João Francisco Lisboa - Jornal de Timon (1852-1854)
26.Alvares de Azevedo - Obras (1853-1855)
27.Francisco Adolfo de Varnhagen - História geral do Brasil (1854-1857)
28.Junqueira Freire - Inspirações do claustro (1855)
29.Manuel Antônio de Almeida - Memórias de um sargento de milícias (1855)
30.José de Alencar - O Guarani (1857)
31.José de Alencar - O demônio familiar (1858)
32.Luís Gama - Primeiras trovas burlescas (1859)
33.Casimiro de Abreu - Primaveras (1859)
34.Tavares Bastos - Cartas do Solitário (1862)
35.Fagundes Varela - Cântico do Calvário (1865)
36.José de Alencar - Iracema (1865)
37.Qorpo-Santo - Comédias (1866)
38.Sousândrade - O Guesa (1867-1884)
39.Castro Alves - Vozes d’África, O navio negreiro (1868)
40.Castro Alves - Espumas flutuantes (l870)
41.Visconde de Taunay – Inocência (1872)
42.Machado de Assis - A mão e a luva (1874)
43.José de Alencar - Senhora (1875)
44.Bernardo Guimarães - A escrava Isaura (1875)
45.Machado de Assis - Iaiá Garcia (1878)
46.Machado de Assis - Memórias póstumas de Brás Cubas (1881)
47.Machado de Assis - Papéis avulsos (1882)
48.Joaquim Nabuco - O Abolicionismo (1883)
49.Raimundo Correia - Sinfonias (1883)
50.Raul Pompéia - O Ateneu (1888)
51.Olavo Bilac - Poesias (1888)
52.Sílvio Romero - História da Literatura Brasileira (1888)
53.Aluísio Azevedo - O cortiço (1890)
54.Machado de Assis - Quincas Borba (1891)
55.Cruz e Sousa - Broquéis (1893)
56.Rui Barbosa - Cartas de Inglaterra (1896)
57.Artur Azevedo - A Capital Federal (1897)
58.Joaquim Nabuco - Minha formação (1898)
59.Alphonsus de Guimaraens - Dona Mistica (1899)
60.Machado de Assis - Dom Casmurro (1899)

1.3 Século 20

61.Euclides da Cunha - Os Sertões (1902)
62.Rui Barbosa - Réplica às defesas de redação do Projeto do Código Civil (1902)
63.Graça Aranha - Canaã (1902)
64.Cruz e Sousa - Últimos sonetos (1905)
65.Capistrano de Abreu - Capítulos de história colonial (1907)
66.Vicente de Carvalho - Poemas e canções (1908)
67.Augusto dos Anjos - Eu (1912)
68.Lima Barreto - Triste fim de Policarpo Quaresma (1911)
69.José Veríssimo - História da literatura brasileira (1916)
70.Monteiro Lobato - Urupês (1918)
71.Valdomiro Silveira - Os caboclos (1920)

1.4 (Modernismo)

72.Mário de Andrade - Paulicéia desvairada (1922)
74.Manuel Bandeira - Ritmo dissoluto (1924)
75.Oswald de Andrade - Memórias sentimentais de João Miramar (1924)
76.Oswald de Andrade - Pau-Brasil (1925)
77.Guilherme de Almeida - Raça (1925)
73.Simões Lopes Neto - Contos gauchescos (1926)
78.Alcântara Machado - Brás, Bexiga e Barra Funda (1927)
79.Mário de Andrade - Macunaíma (1928)
80.Cassiano Ricardo - Martim-Cererê (1928)
81.Manuel Bandeira - Libertinagem (1930)
82.Carlos Drummond de Andrade - Alguma poesia (1930)

1.5 (Depois do modernismo)

83.Raquel de Queirós - O Quinze (1930)
84.José Lins do Rego - Menino de engenho (1932)
85.Gilberto Freyre - Casa grande e senzala (1933)
86.Graciliano Ramos - São Bernardo (1934)
87.Jorge Amado - Jubiabá (1935)
88.Sérgio Buarque de Holanda - Raízes do Brasil (1935)
89.Érico Veríssimo - Caminhos cruzados (1935)
90.Rubem Braga - O conde e o passarinho (1936)
91.Dionélio Machado - Os ratos (1936)
92.Graciliano Ramos - Angústia (1936)
93. Otávio de Faria - Tragédia burguesa, I, Mundos mortos (1937)
94.Graciliano Ramos - Vidas secas (1938)
94.Marques Rebelo - A Estrela sobe (1938)
95.Murilo Mendes - A poesia em pânico (1938)
96.Jorge de Lima - A túnica inconsútil (1938)
97.Cecília Meireles - Viagem (1939)
99.José Lins do Rego - Fogo morto (1943)
100.Carlos Drummond de Andrade - A rosa do povo (1945)
101.Guimarães Rosa - Sagarana (1946)
102.Vinicius de Moraes - Poemas, sonetos e baladas (l946)
103.Henriqueta Lisboa - Flor da morte (1949)
104.Érico Veríssimo - O tempo e o vento(1949-1961)
105.João Cabral de Melo Neto - O cão sem plumas (1950)
106.Carlos Drummond de Andrade - Claro enigma (1951)
107.Jorge de Lima - Invenção de Orfeu (1952)
108.Cecília Meireles - Romanceiro da Inconfidência (1953)
109.Graciliano Ramos - Memórias do cárcere (1953)
110.João Cabral de Melo Neto - Morte e vida severina (1956)
111.Guimarães Rosa - Grande sertão: veredas (1956)
112.Guimarães Rosa - Corpo de baile (1956)
113.Clarice Lispector - Laços de família (1960)
114.Guimarães Rosa - Primeiras estórias (1962)
115.João Antônio - Malagueta, Perus e Bacanaço (1963)
116.Clarice Lispector – A paixão segundo G.H. (1964)
117.Osman Lins - Nove novena(1966)
118.Antônio Callado - Quarup (1967)
119.Haroldo de Campos - Xadrez de estrelas (1974)
120.José Paulo Paes - Um por todos (1986)